do Conselho Editorial

Os mais ricos e os de nível educacional mais elevado estão revelando inclinações eleitorais bem diferentes para o pleito de 1998.
Na faixa de eleitores que ganham acima de 20 salários-mínimos, a vantagem de FHC sobre Lula, seu principal rival, vai a 25 pontos percentuais, quando é de 16 pontos no geral do eleitorado.
Mas, entre os eleitores que têm grau superior de educação, Lula quase empata com FHC: perde por 29% contra 35%, uma diferença de apenas seis pontos percentuais.
O resultado parece contraditório, dado que, em geral, quem tem nível educacional superior tem igualmente nível de renda superior.
Outras substanciais diferenças de comportamento eleitoral se verificam conforme as regiões do país ou de cada Estado.
FHC continua recolhendo a maioria das suas intenções de voto no Norte/Centro-Oeste e no Nordeste. Mesmo assim, é enorme a diferença entre essas duas regiões: o presidente ganha por 17 pontos de diferença no Nordeste e pelo dobro, exatamente, no Norte/Centro-Oeste.
Já no Sul, a vantagem de FHC se reduz a apenas oito pontos percentuais, a menor entre as quatro regiões em que o Datafolha subdivide a pesquisa.
A vantagem de FHC sobre Lula no interior de cada Estado é o dobro da que aparece nas regiões metropolitanas (20 contra 10 pontos percentuais).
Em termos de simpatias por partidos, fica nítido que o pessoal do PPB, do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf, tem alguma dificuldade em assimilar a candidatura de Fernando Henrique. Apenas 34% dos que se dizem simpatizantes do PPB pretendem votar no presidente, praticamente a metade dos simpáticos a PSDB e PFL que manifestam idêntica intenção.
A maioria dos pepebistas se divide entre os restantes candidatos, inclusive Lula (16%), sem contar os 20% que anularão o voto, votarão em branco ou não sabem em quem votar.
As diferenças nas intenções de voto se reproduzem nas hipóteses de segundo turno pesquisadas pelo Datafolha.
FHC derrota Lula por apenas 10 pontos no Sudeste e por 11 no Sul, mas estoura no Norte/Centro-Oeste (41 pontos de vantagem). Tem folga grande também no Nordeste, mas a metade da que aparece no Norte/Centro-Oeste.
Nas regiões metropolitanas, Lula se aproxima bastante do presidente (45% contra 40%), mas, no interior, a vantagem de FHC pula para 23 pontos percentuais.
(CLÓVIS ROSSI)



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