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REFORMA ADMINISTRATIVA
Funcionários públicos podem ser submetidos a exame para avaliação de seu desempenho
Governo define critérios para demissões
VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília
A proposta do
governo para
demissão de
servidores públicos por excesso de quadros prevê os
seguintes critérios: produção do
servidor, idade, tempo de serviço,
avaliação por meio de um exame e
também o fato de ele ocupar ou
não uma carreira típica de Estado.
A intenção do governo é fixar
critérios objetivos para evitar demissões por motivos políticos ou
pessoais. O projeto de lei com esses critérios deve ser enviado ao
Congresso até abril. A demissão
por excesso de quadros está prevista na reforma administrativa.
No caso do exame, a intenção do
governo é avaliar quais são os servidores mais qualificados. Os piores colocados seriam os primeiros
a serem demitidos. Embora a colocação no exame seja importante,
não será o único critério.
A demissão dos servidores por
excesso de quadro ou por insuficiência de desempenho só vai
acontecer a partir do próximo
ano. No caso da demissão por excesso de quadros, ela será permitida quando os gastos com pessoal
da União, Estados e municípios
superarem 60% da receita líquida.
Dados do Ministério da Administração Federal e Reforma do
Estado mostram que, em dezembro último, 22 Estados comprometiam mais de 60% da sua receita
líquida com o pagamento de despesas com pessoal. No caso do governo federal, as despesas com
pessoal consumiram no ano passado 52% da receita líquida.
Embora a Lei Camata preveja
que os Estados deverão se ajustar
até dezembro de 1998, o governo
deverá estender esse prazo até dezembro de 1999. Depois, cada vez
que os gastos com pessoal superarem 60% das receitas líquidas, os
Estados terão prazo de três anos
para se ajustarem novamente.
Também está prevista a realização de exame para avaliar os servidores nos casos de demissão por
insuficiência de desempenho. A
proposta do governo é que a avaliação seja anual. Outros critérios
seriam o tempo de serviço e a assiduidade do servidor ao trabalho.
As regras para demissão por insuficiência de desempenho serão
apresentadas por meio de outro
projeto de lei. A proposta prevê
que, após a avaliação, os servidores terão prazo para questionar a
avaliação e apresentar sua defesa.
O governo também quer regulamentar a contratação de servidores públicos pela CLT (Consolidação as Leis Trabalhistas). Isto é,
que não terão os benefícios de
quem ocupar uma carreira típica
de Estado (diplomata, por exemplo). Devem ser contratados pela
CLT servidores para as funções
administrativas, por exemplo.
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