São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 2000


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PREFEITURA
Prefeito crê que pode inverter situação no plenário, na terça
Pitta confirma encontro com vereador petebista

CHICO DE GOIS
da Reportagem Local


O prefeito Celso Pitta (PTN) deixou a prefeitura ontem, por volta de 9h30, já sabendo que não teria a maioria na comissão especial que analisou o pedido de impeachment protocolado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). O prefeito disse que o vereador Natalício Bezerra (PTB) foi pessoalmente a seu gabinete comunicar-lhe que votaria com a oposição e aprovaria o pedido de impeachment.
"Foi uma decisão político-pessoal do vereador", afirmou o prefeito no início da noite, em entrevista coletiva. "Ele argumentou que não poderia votar pelo arquivamento do pedido da OAB porque seus eleitores diziam esperar que ele votasse pelo prosseguimento do processo", disse Pitta.
O prefeito afirmou que Bezerra o procurou "de livre e espontânea vontade" e negou que tenha partido do Executivo o pedido para que o vereador ainda participasse de uma última negociação. "Ouvi suas explicações, embora não as tenha aceitado; mesmo assim, deixei que ele tomasse a decisão que lhe conviesse."
Ao chegar à reunião da comissão especial na Câmara, Bezerra se dirigiu a Wadih Mutran (PPB), presidente da comissão, e pediu para lhe falar em particular.
Pela manhã, além de Bezerra, o próprio Mutran e Brasil Vita (PPB), relator do processo, estiveram no Palácio das Indústrias. O prefeito disse que os dois conversaram com Meinberg e que só Bezerra o procurou pessoalmente.
Apesar de Bezerra já ter conversado com Pitta, a pressão sobre ele prosseguiu na Câmara. Até mesmo quando se dirigiu ao banheiro, foi seguido por vereadores, porque havia o receio de uma manobra. Se Bezerra fosse embora, oposição e situação ficariam com três votos. O desempate seria decidido pelo governista Mutran.
Bezerra entrou no banheiro seguido de oposicionistas e governistas. Estavam lá Gilson Barreto e Dalton Silvano, do PSDB, Bruno Feder e José Amorim, do PTB, e Miguel Colasuonno (PMDB). Na porta, ficou um policial militar da Câmara. A reunião da comissão até foi suspensa. Quando Bezerra voltou, fez um pronunciamento e confirmou seu voto.
Pitta afirmou que a estratégia do governo, agora, será encaminhar a cada um dos vereadores cópias do relatório de Vita no qual o parlamentar contesta as acusações apresentadas pela OAB.
"O resultado da comissão especial (quatro votos contra três) demonstra que a indefinição permaneceu até o último momento", disse o prefeito. Pitta acredita que conseguirá inverter a situação na terça-feira, em plenário, quando são necessários 33 votos para aprovar a instalação de uma comissão processante que irá analisar o impeachment do prefeito. "Vamos mostrar que não há fundamento para o prosseguimento do processo", disse Pitta. "Estamos tranquilos, porque estamos do lado da verdade e da Justiça."


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