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RIO
Brizola sugere nome da primeira-dama, Rosinha Matheus, para a recém-criada Secretaria de Ação Social
Garotinho submete indicações ao PDT
da Sucursal do Rio
O governador do Rio, Anthony Garotinho, comprovou ontem a capitulação política em relação às vontades de Leonel Brizola e da cúpula do PDT.
Ele submeteu à aprovação de Brizola e dos aliados do ex-governador todos os indicados para recompor o primeiro escalão de seu governo, após a saída do PT e o afastamento de cinco auxiliares acusados de irregularidades.
Ontem foram anunciados quatro nomes. Entre eles o de Rosinha Matheus, mulher de Garotinho, indicada para a Secretaria de Ação Social -que foi desmembrada da pasta de Esporte e Lazer, até então com o PT.
A sugestão do nome de Rosinha foi de Brizola, que teve que dobrar a resistência de Garotinho. A primeira-dama ocupará um cargo no governo do Estado pela primeira vez.
Além dela, o governador do Rio teve de aceitar na Secretaria de Transportes o engenheiro Luís Alfredo Salomão, ex-deputado federal ligado a Brizola e com quem Garotinho já teve desentendimentos.
Salomão ficará responsável pelo PET (Programa Estadual de Transportes) e pela integração dos transportes na região metropolitana.
O economista Tito Ryff, atual titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, passará a acumular a Secretaria de Planejamento, de onde sai o petista Jorge Bittar.
A Secretaria de Ação Social, Esporte e Lazer, que era ocupada pelo petista Antônio Pitanga, será extinta, com suas atribuições -ação social excluída- sendo transferidas para a Suderj (Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro), presidida por Francisco de Carvalho. Outros nomes deverão ser anunciados até segunda-feira.
Benedita sem apoio
A vice-governadora petista Benedita da Silva, que na véspera havia afirmado que ainda buscaria o apoio do PDT à sua candidatura à Prefeitura do Rio, sofreu ontem críticas de todos os lados. Garotinho descartou a possibilidade de apoiá-la na eleição de outubro.
"Este é um assunto superado. O PT saiu do governo", declarou Garotinho, salientando que o apoio à Benedita só ocorreria com uma nova aliança entre PT e PDT. "Caso contrário, é impossível."
Lideranças petistas atacaram a disposição da vice-governadora de buscar o apoio do PDT.
"Ela (Benedita) deveria deixar de ser advogada de Garotinho e ser a ombudswoman do povo no governo, para fiscalizar o governo", afirmou o deputado federal Milton Temer, que é da corrente petista Refazendo, contrária à política de aliança com o PDT.
Questionada se não estava numa "saia justa" (uma situação difícil) por ser ao mesmo tempo vice-governadora e estar num partido crítico ao governo, Benedita respondeu, por intermédio de sua assessoria: "Eu até gosto de saia justa. Uso sempre".
A assessoria de Benedita informou que a vice-governadora tem em seu gabinete 25 cargos comissionados, indicados diretamente por ela ou por assessores -cinco são petistas. No total, 42 pessoas trabalham na vice-governadoria.
Hoje, o PSB decide se fica no governo Garotinho ou sai -como defende o deputado estadual e ex-ministro da Saúde Jamil Haddad.
"Garotinho não foi capaz de compreender o significado e liderar a frente de partidos de esquerda", disse. "Até agora, ele só demonstrou saber usar uma operação matemática: a divisão."
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