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São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2003

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OUTRO LADO

Alckmin não vê impedimento contra Calandra

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) considera irrelevante o fato de um acusado de tortura ocupar um posto de comando no Departamento de Inteligência da Polícia Civil. Por meio de sua assessoria, Alckmin afirmou que Aparecido Calandra "é uma pessoa que presta bons serviços, não tem nenhuma condenação e nada que o impeça de trabalhar na polícia investigativa".
Detalhe: por força da Lei da Anistia, de 1979, ninguém respondeu criminalmente no Brasil por crime de tortura. O governador acrescentou que nomeia o secretário da Segurança Pública e é consultado por ele nas indicações do delegado-chefe da Polícia Civil e do comandante da Polícia Militar. Abaixo desses cargos, os postos são ocupados por escolha dos superiores hierárquicos.
Para Alckmin, Calandra é mais um dos 3.244 delegados de polícia do Estado. Segundo documentos obtidos pela Folha, ele é delegado-assistente da Dipol e faz espécie de dobradinha com o delegado diretor, Massilon José Bernardes Filho.
Em nota à Folha, a secretaria informou que Calandra nunca respondeu a inquérito policial ou administrativo. "Por isso, não existem fatos que desabonem sua conduta no exercício das funções como delegado".
A secretaria informa ainda que Calandra tem uma função "exclusivamente administrativa" na Dipol. A nota não faz menção à passagem do delegado pelo DOI-Codi. Diz que ele entrou na Polícia Civil em 69 e só exerceu cargo de chefia em 2001, como delegado responsável pelo Diap (Divisão de Inteligência e Apoio Policial).
A assessoria da secretaria foi acionada por Calandra. Procurado pela Folha sexta-feira, ele disse que precisava de ordens superiores para se manifestar. Não o fez até a noite de sexta.
O governador Alckmin também negou que Calandra tenha chegado ao cargo por indicação política do senador Romeu Tuma (PFL-SP). (MS)


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