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OUTRO LADO
Alckmin não vê impedimento contra Calandra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) considera irrelevante o fato de um acusado de
tortura ocupar um posto de comando no Departamento de
Inteligência da Polícia Civil.
Por meio de sua assessoria,
Alckmin afirmou que Aparecido Calandra "é uma pessoa que
presta bons serviços, não tem
nenhuma condenação e nada
que o impeça de trabalhar na
polícia investigativa".
Detalhe: por força da Lei da
Anistia, de 1979, ninguém respondeu criminalmente no Brasil por crime de tortura. O governador acrescentou que nomeia o secretário da Segurança
Pública e é consultado por ele
nas indicações do delegado-chefe da Polícia Civil e do comandante da Polícia Militar.
Abaixo desses cargos, os postos
são ocupados por escolha dos
superiores hierárquicos.
Para Alckmin, Calandra é
mais um dos 3.244 delegados
de polícia do Estado. Segundo
documentos obtidos pela Folha, ele é delegado-assistente
da Dipol e faz espécie de dobradinha com o delegado diretor,
Massilon José Bernardes Filho.
Em nota à Folha, a secretaria
informou que Calandra nunca
respondeu a inquérito policial
ou administrativo. "Por isso,
não existem fatos que desabonem sua conduta no exercício
das funções como delegado".
A secretaria informa ainda
que Calandra tem uma função
"exclusivamente administrativa" na Dipol. A nota não faz
menção à passagem do delegado pelo DOI-Codi. Diz que ele
entrou na Polícia Civil em 69 e
só exerceu cargo de chefia em
2001, como delegado responsável pelo Diap (Divisão de Inteligência e Apoio Policial).
A assessoria da secretaria foi
acionada por Calandra. Procurado pela Folha sexta-feira, ele
disse que precisava de ordens
superiores para se manifestar.
Não o fez até a noite de sexta.
O governador Alckmin também negou que Calandra tenha
chegado ao cargo por indicação política do senador Romeu
Tuma (PFL-SP).
(MS)
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