São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2005

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OUTRO LADO

Competência dos indicados é justificativa para contratações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os familiares dos ministros e os órgãos em que atuam negaram que tenha havido ingerência nas nomeações e as justificaram argumentando competência dos indicados.
A Casa Civil e a Fundação Nacional de Saúde disseram que as nomeações das mulheres de José Dirceu (Casa Civil), Maria Rita, e Antonio Palocci (Fazenda), Margareth, foram analisadas pela Comissão de Ética Pública da Presidência. Baseada na lei 8.112/90, que facilita a transferência de servidor cujo cônjuge passou a exercer função em outra localidade, a comissão concluiu "pela inexistência de óbices de natureza ética" nas nomeações.
A mulher de Palocci entrou na Prefeitura de Ribeirão Preto como funcionária concursada em 2002. A de Dirceu é concursada na Fundação Faria Lima, em São Paulo. Segundo a Fazenda e a Casa Civil, os ministros não intervieram na nomeação dos cônjuges.
A assessoria da Eletronorte, onde trabalha como diretor o irmão de Palocci, Ademar, afirmou que o engenheiro é funcionário concursado de Furnas Centrais Elétricas desde 1987.
O Ministério do Desenvolvimento disse que a nomeação do primo de Luiz Fernando Furlan, Fernando, que é seu chefe de gabinete, foi submetida à consultoria jurídica do ministério, que não viu irregularidade.
O marido de Marina Silva (Meio Ambiente), Fábio, afirmou que foi convidado para o cargo pelo senador Sibá Machado (PT-AC), com quem trabalhou anteriormente, e negou influência da mulher na indicação.
A assessoria de Aldo Rebelo (Coordenação Política) disse que o ministro se absteve de votar na reunião que escolheu sua mulher para o cargo na Liderança do PC do B. "Sou profissional, conheço a história do partido, milito há muito tempo, então, acho que não deve haver cerceamento por eu ser mulher de uma pessoa pública", afirmou Rita Polli Rebelo.
A assessoria de Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia) disse que a mulher do ministro, Renata, foi indicada com base na lei 8.112/90. Ela seria militante do PSB, o que justificaria seu trabalho para deputados do partido.
Já a sobrinha de Walfrido Mares Guia (Turismo), Luciana, teria começado a trabalhar na Câmara sem a interferência do tio, segundo a assessoria do ministério.
Os ministros Nilmário Miranda (Direitos Humanos), Paulo Bernardo (Planejamento) e José Fritsch (Pesca) não quiseram se pronunciar.


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