Estratégia do tucano, que hoje visita Salvador, prevê penetração na mídia do Nordeste, tradicional reduto do governo Lula

Pré-candidato do PSDB também tem reforçado, em entrevistas para veículos nordestinos, intenção de fortalecer o Bolsa Família

BRENO COSTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Numa tentativa de dissipar dúvidas em relação ao seu comprometimento com a continuidade do Bolsa Família justamente na região onde se concentra o maior número de beneficiários, o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, iniciou ontem uma ofensiva de comunicação no Nordeste. É nesta área, também, que o tucano perde para a pré-candidata Dilma Rousseff (PT). Segundo o último Datafolha, ele tem 25% e a ex-ministra, 35%.
O tucano deu entrevistas, por telefone, a rádios da Bahia, de Pernambuco e da Paraíba. Também falou com uma rádio de São Paulo. Em todas, assegurou, mesmo quando não questionado, que manterá e "fortalecerá" o programa, menina dos olhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma. "Não só será mantido [o programa], como nós vamos buscar maneiras de fortalecê-lo", afirmou, em Recife.
Hoje, Serra faz sua primeira viagem na condição oficial de pré-candidato ao Planalto, seguindo a mesma estratégia, que também inclui a busca por maior popularidade numa região simpática ao governo Lula. À tarde, Serra desembarca em Salvador, onde visitará as Obras Sociais Irmã Dulce e o Mercado Modelo. Amanhã, está prevista a ida do tucano a Alagoas, Estado governado por Teotônio Vilela Filho (PSDB).
As estratégias de Serra dão o tom dessa primeira semana de pré-campanha. Ontem à tarde, em São Paulo, líderes de PSDB, DEM e PPS no Congresso se reuniram pela primeira vez com Luiz Gonzalez, responsável pelo marketing da campanha de Serra, no seu escritório.
O objetivo da reunião foi organizar a ação de comunicação dos parlamentares para "responder prontamente o que tiver de responder, e afirmar prontamente o que tiver de afirmar", segundo o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), coordenador da campanha. Entre as estratégias traçadas na reunião está justamente a necessidade de penetração na mídia regional, com a criação de fatos propositivos.

Colaboraram GABRIELA GUERREIRO, da Sucursal de Brasília, e a Agência Folha, em Recife

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