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Para presidente, repercussão foi "corporativismo"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A repercussão nacional e internacional em torno da reação do
governo à reportagem do jornal
"The New York Times" é fruto de
corporativismo da imprensa, disse ontem a deputados do PL o
presidente Lula, segundo relato
do líder da bancada do partido na
Câmara, Sandro Mabel (GO).
"Ele disse que as reações que
existem são fruto do corporativismo, que ele não podia tomar outra atitude porque, caso contrário,
poderiam achar que esse é um
país em que todo mundo chega,
bate e fica por isso mesmo."
Lula jantou na noite de ontem,
na Granja do Torto, com congressistas do PL, com ministros e com
o vice-presidente José Alencar,
que é do partido. Mabel disse que
Lula falou sobre o "NYT" em seu
discurso, que foi pontuado pela
defesa da política econômica e de
que o país está voltando a crescer.
Deputados presentes ao encontro negaram ter ouvido Lula falar
sobre o assunto no discurso, mas
afirmaram que o presidente se
reuniu em "rodinhas" antes e depois de sua fala. Informado sobre
o assunto, o Planalto não respondeu até a conclusão desta edição.
Quatro dias depois de ser alvo
da reportagem que afirmou haver
supostos excessos alcoólicos seus,
Lula tomou de uma a duas doses
de uísque, segundo deputados.
Lula disse a um grupo restrito de
parlamentares que o que mais o
indignou na reportagem foi a
menção ao alcoolismo do pai como uma das "provas" de que ele
estaria exagerando na bebida.
Constrangimento
O jantar foi marcado por discursos de líderes do PL, afirmando
que o partido é governo, mas tem
bandeiras próprias. Também
houve momentos de constrangimento como quando o ministro
dos Transportes, Alfredo Nascimento (PL), relembrou o episódio em que o presidente da sigla,
deputado Valdemar Costa Neto
(SP), pediu a demissão de Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Henrique Meirelles (Banco Central).
Outro momento de constrangimento ocorreu durante a fala de
Alencar, que repetiu as críticas
que vem fazendo ao governo.
Lula também conversou com
um grupo restrito da cúpula do
PL e apelou para que o partido faça alianças com o PT no 1º turno
das eleições municipais. A pressão seria maior sobre o PL paulista, que se divide entre um apoio a
José Serra (PSDB) e à reeleição de
Marta Suplicy (PT).
(RANIER BRAGON e RAYMUNDO COSTA)
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