São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2004

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Para presidente, repercussão foi "corporativismo"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A repercussão nacional e internacional em torno da reação do governo à reportagem do jornal "The New York Times" é fruto de corporativismo da imprensa, disse ontem a deputados do PL o presidente Lula, segundo relato do líder da bancada do partido na Câmara, Sandro Mabel (GO).
"Ele disse que as reações que existem são fruto do corporativismo, que ele não podia tomar outra atitude porque, caso contrário, poderiam achar que esse é um país em que todo mundo chega, bate e fica por isso mesmo."
Lula jantou na noite de ontem, na Granja do Torto, com congressistas do PL, com ministros e com o vice-presidente José Alencar, que é do partido. Mabel disse que Lula falou sobre o "NYT" em seu discurso, que foi pontuado pela defesa da política econômica e de que o país está voltando a crescer.
Deputados presentes ao encontro negaram ter ouvido Lula falar sobre o assunto no discurso, mas afirmaram que o presidente se reuniu em "rodinhas" antes e depois de sua fala. Informado sobre o assunto, o Planalto não respondeu até a conclusão desta edição.
Quatro dias depois de ser alvo da reportagem que afirmou haver supostos excessos alcoólicos seus, Lula tomou de uma a duas doses de uísque, segundo deputados. Lula disse a um grupo restrito de parlamentares que o que mais o indignou na reportagem foi a menção ao alcoolismo do pai como uma das "provas" de que ele estaria exagerando na bebida.

Constrangimento
O jantar foi marcado por discursos de líderes do PL, afirmando que o partido é governo, mas tem bandeiras próprias. Também houve momentos de constrangimento como quando o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PL), relembrou o episódio em que o presidente da sigla, deputado Valdemar Costa Neto (SP), pediu a demissão de Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Henrique Meirelles (Banco Central).
Outro momento de constrangimento ocorreu durante a fala de Alencar, que repetiu as críticas que vem fazendo ao governo.
Lula também conversou com um grupo restrito da cúpula do PL e apelou para que o partido faça alianças com o PT no 1º turno das eleições municipais. A pressão seria maior sobre o PL paulista, que se divide entre um apoio a José Serra (PSDB) e à reeleição de Marta Suplicy (PT). (RANIER BRAGON e RAYMUNDO COSTA)

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