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MÁFIA DOS SANGUESSUGAS
Ela diz ter agido a pedido de deputado pepista
Assessora do PP confirma ter contato com suspeitos
HUDSON CORRÊA
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
Assessora de Reginaldo Germano (PP-BA) na Câmara até ser
presa na Operação Sanguessuga,
Suelene Almeida Bezerra, 40, disse que, a pedido do deputado,
mantinha contato com acusados
de liderar a quadrilha da fraude
na compra de ambulâncias. Suelene depôs ontem à comissão de
sindicância da Câmara na sede da
Polícia Federal em Cuiabá (MT).
"Ela recebia ordem para ligar. O
deputado dizia: "Liga para o Darci
[Vedoin, um dos donos da Planam e líder da quadrilha, segundo
investigações da PF] fala que é para vir ao meu gabinete, preciso falar com ele'", afirmou o advogado
João Evangelista que defende
Suelene. De acordo com ele, a assessora ainda não foi exonerada
do cargo, mas "a corda arrebentou do lado mais fraco".
Germano nega participação no
esquema pelo qual congressistas
teriam apresentado emendas ao
Orçamento para compra de ambulâncias superfaturadas.
Suelene foi presa há dez dias, assim como outros 50 acusados de
pertencer à quadrilha. O procurador da República Mário Lúcio
Avelar pediu ontem prisão preventiva (por tempo indeterminado) da maioria dos presos. No entanto, não revelou quantos, e, até
o final da tarde, a Justiça não havia anunciado a decisão.
Além de Suelene, a comissão de
sindicância ouviu Adarildes Costa, 42, que trabalhava com o deputado Pastor Pedro Ribeiro
(PMDB-CE), e Nívea Ribeiro, 46,
empregada no gabinete de Elaine
Costa (PTB-RJ). Segundo a advogada Elizete Ferreira, as duas negam participação no esquema.
A ex-assessora do gabinete do
Ministério da Saúde Maria da Penha Linho, 52, acusada de ser a interlocutora da quadrilha no governo para a liberação de verbas,
também depôs. Ela afirma que até
170 deputados recebiam propina
para vender emendas ao Orçamento da União.
A propina era paga em dinheiro
que, segundo ela, entrava em malas e cuecas na Câmara para o pagamento direto nos gabinetes.
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