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"VALERIODUTO"
Ex-ministro revela a procurador que Dirceu favoreceu BMG, afirma revista
DA REDAÇÃO
Reportagem publicada na edição da revista "IstoÉ" que começou a circular ontem afirma que o
ex-ministro da Previdência Amir
Lando encontrou-se com o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, para denunciar um favorecimento deliberado ao banco BMG, articulado
pela Casa Civil, então comandada
pelo petista José Dirceu.
O BMG emprestou R$ 26 milhões às empresas do publicitário
Marcos Valério de Souza. O dinheiro teria financiado parte do
esquema de repasse de recursos a
políticos da base aliada. Lando,
hoje senador pelo PMDB-RO,
disse a Souza, segundo a "IstoÉ",
que a negociação que permitiu ao
BMG ser o único banco ao lado da
Caixa Econômica Federal a operar o crédito consignado a aposentados e pensionistas por dois
meses -o que contribuiu para
elevar os lucros do banco de R$
90,2 milhões em 2003 para R$
275,3 milhões em 2004- foi articulada na Casa Civil. Ele disse que
a execução do negócio ficou a cargo do então presidente do INSS,
Carlos Bezerra. Procurado pela
"IstoÉ", Bezerra confirmou o papel de Dirceu. "Tudo era acertado
na Casa Civil", disse ele.
A operação é um dos alvos da
segunda fase da investigação do
procurador-geral sobre o mensalão. A investigação envolve o presidente Lula, pois, em 13 de agosto
de 2004, ele assinou decreto permitindo que outros bancos, que
não os responsáveis pelos pagamentos dos benefícios da Previdência, operassem o crédito consignado. Treze dias depois, o
BMG assinou convênio. O BMG
nega favorecimento e sustenta
que já liderava esse segmento desde 2001 -antes do governo Lula.
Esta não é a primeira denúncia
que liga Dirceu ao BMG. Em depoimento à CPI dos Correios, o
presidente do banco, Ricardo
Guimarães, confirmou ter dado
um emprego na instituição a Maria Ângela Saragoça, ex-mulher
de Dirceu, a pedido de Valério.
Guimarães disse que Valério intermediou encontro com Dirceu
em fevereiro de 2003. Três dias
antes, o banco emprestara R$ 2,4
milhões ao PT. No dia 24, faria o
primeiro empréstimo a Valério
(R$ 12 milhões). A Folha não conseguiu falar com Lando nem com
outros citados na reportagem.
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