São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2008

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outro lado

"Intermediação era legítima", diz advogado

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Luiz Fernando Pacheco, que defende o empreiteiro Manuel Fernandes de Bastos Filho, flagrado em conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal, disse que seu cliente era remunerado pelo consultor Marcos Vieira Mantovani, da empresa Progus, pois "apresentava pessoas" interessadas em trabalhar com contratos de empréstimos tomados no BNDES (Banco do Desenvolvimento Econômico e Social).
"Ele, através dessa empresa Progus, fazia intermediações legítimas junto ao BNDES, prestava serviços à Progus pelos quais apresentava clientes. E teria participação, em tese, nessa atividade que ele considera legítima", disse Pacheco.
O advogado afirmou que Bastos Filho não é dono da boate W.E., apenas teria emprestado R$ 250 mil para os proprietários, Edson e Washington Napolitano.
O advogado José Roberto Batochio, que defende o advogado Ricardo Tosto, afirmou que a conversa interceptada pela PF "confirma o protesto pela inocência" de Tosto. "Demonstra que ele não interveio no processo nem liberou recursos do banco. O diálogo revela agora, definitivamente, pela insuspeita manifestação espontânea de dois investigados, que Tosto não participou de nada", disse Batochio.
Segundo o advogado, "é natural que pessoas, para aumentar sua participação em qualquer negócio, não raro recorrem a esse recurso de dizer que mais pessoas precisam ser remuneradas". Batochio disse que o nome de Tosto "foi usado" para isso.
O deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, tem negado qualquer participação em supostos esquemas de desvio de recursos. Na semana passada, disse ser vítima de uma "armação política". Seus advogados não foram localizados ontem para comentar o diálogo.
Os advogados do consultor Marcos Mantovani, citado na interceptação telefônica, Antônio Ruiz Filho e Carlos Kauffmann, disseram ontem que seu cliente "vai prestar todos os esclarecimentos perante o juiz no seu interrogatório", que está marcado para o próximo dia 21.
Mantovani está internado no Incor de São Paulo. O atestado assinado pelo médico Roque Marcos Sartoli aponta "risco de morte". O histórico de Mantovani, 60, revela, segundo o atestado, um infarto em 2002, um câncer na laringe em 2003, um "evento coronariano" em 2005, pelo qual instalou duas pontes de safena, e novo infarto em 2007. (RV)


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