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Caixa 2 não existe e compra da casa foi regular, diz Yeda
Governadora rechaça suspeitas de corrupção e afirma que é candidata à reeleição
Tucana apresenta prestação
de contas eleitorais a Sérgio Guerra, presidente do PSDB, que atacou proposta de criar CPI na Assembleia do RS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius
(PSDB), afirmou ontem que
não houve caixa dois em sua
campanha e que a compra de
sua casa, no valor de R$ 750
mil, foi legal e não teve relação
com doações eleitorais. Yeda
disse ainda que será candidata
à reeleição sem "intrigas com [o
prefeito de Porto Alegre, José]
Fogaça" (PMDB).
Na terça, a Folha publicou
que tucanos cogitam rifar Yeda
e apoiar Fogaça em 2010 devido às suspeitas de que ela teria
usado caixa dois para comprar
uma casa. "O Fogaça disse que
não é candidato. Ninguém vai
me intrigar com o Fogaça e
com o [senador] Sérgio Guerra,
[presidente do PSDB]", disse.
A governadora levou ontem
ao gabinete de Guerra documentos para rebater reportagem publicada na revista "Veja" desta semana sobre suposto
caixa dois. A empresária Magda
Cunha Koenigkan disse à revista que houve caixa dois de R$
400 mil. Magda é viúva de Marcelo Cavalcante, ex-assessor de
Yeda encontrado morto no lago Paranoá em fevereiro. A polícia ainda investiga o caso.
Os documentos apresentados pela governadora são a
prestação de contas eleitorais,
pareceres do Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado, cheques de pagamento da
casa e resposta oficial do governo sobre as acusações.
"É muito comum no Brasil
fazer denúncia sem prova. A
prova da lisura não ganha espaço na mídia", afirmou. Segundo
ela, a reportagem se baseou em
gravação que "nunca apareceu". Disse ainda que o Ministério Público e o Tribunal de
Contas do Estado provaram
que a casa dela não foi comprada com dinheiro de caixa dois.
"Quero reafirmar que parece
estranho que essa prova não tenha a mesma divulgação do
que têm as requentadas e permanentes denúncias de sempre", disse a governadora.
Conforme Magda, Marcelo
dizia que os R$ 400 mil do caixa dois foram doados por empresas que processam fumo.
"Trouxe [a Guerra] minha
prestação de contas que mostra que a doação de campanha
das indústrias fumageiras não
foi de R$ 400 mil. Foi R$ 796
mil, por dentro, e a prestação
de contas foi elogiada dentro
do âmbito do Tribunal Regional Eleitoral", afirmou.
Ontem em Brasília, ela contratou o advogado José Eduardo Alckmin para tratar das acusações e afirmou que processará a revista "Veja". Ela e o
PSDB pagarão Alckmin.
Guerra afirmou confiar em
Yeda e criticou a proposta de
criação de uma CPI na Assembleia gaúcha. "Confiança nela
nós tivemos, temos e teremos
sempre. O fato concreto é que
essas acusações aparecem de
novo, e antes já foram muitas
vezes desfeitas", disse.
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), que também estava em Brasília, afirmou que a governadora "tem
condições de se defender de todas as acusações", classificadas
por ele de "implícitas".
Para ele, é preciso fazer "um
exame muito acurado" a respeito da veracidade "destas coisas que têm aparecido". "Me
parece que isso merece uma
averiguação muito completa e
profunda antes de se chegar a
conclusões que poderiam ser
levianas, caso não sejam bem
investigadas."
(HUDSON CORRÊA)
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