São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007

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Para PF, pedido de dinheiro a Servo já é crime

DA AGÊNCIA FOLHA
DO ENVIADO A CAMPO GRANDE

Um investigador da Polícia Federal avalia que apenas o fato de Genival Inácio da Silva, o Vavá, pedir dinheiro ao empresário de jogos Nilton Cezar Servo, como mostram gravações feitas ao longo da investigação, já é suficiente para indicar crimes de tráfico de influência e exploração de prestígio por parte do irmão do presidente Lula.
O mesmo investigador, que trabalha no inquérito, diz que, pelo Código Penal, apenas "solicitar" dinheiro já é considerado crime.
Segundo ele, na concepção da polícia, Vavá não era um lobista, pois não conseguia "passar da porta dos ministérios".
A PF também diz que a conduta de Vavá não envolve Lula nem órgãos do governo porque ele teria prometido, mas não conseguido fazer lobby.
Ex-secretária de Servo, Edna de Souza Costa disse à PF que seu patrão "ajudava financeiramente" Vavá e que ele "nunca pagava os empréstimos tomados de Nilton Cezar". Ela e o patrão foram presos pelos policiais.
Servo, que levaria pessoas interessadas em lobby até Vavá, continua detido por seu suposto envolvimento com a máfia dos caça-níqueis.
Edna disse que viu Servo depositando quantias de R$ 300 a R$ 1.000 na conta de uma terceira pessoa, mas "que seria em prol" de Vavá. Conforme a PF, Servo depositava o dinheiro das máquinas caça-níqueis na conta de Edna. Em abril, ela sacou R$ 40 mil sem autorização, mas foi obrigada por Servo a devolver o dinheiro dentro do banco.
Ex-gerente de Servo, Andrei Cunha, que entrou no benefício de delação premiada, afirmou que "tem conhecimento de que [Servo] chegou a dar R$ 3.000 a Vavá".


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