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Após críticas de Lula, Tarso defende a polícia
VALDO CRUZ
ANDREA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Criticada publicamente pelo
presidente Lula, a Polícia Federal foi defendida ontem pelo
ministro Tarso Genro (Justiça). Segundo ele, se houve vazamento de informações foi "residual" e não comprometeu as
investigações. Tarso disse não
estar em dissonância com Lula.
"O que o presidente advertiu
foi simplesmente uma constatação óbvia, de que divisões na
PF não podem desestabilizar a
instituição." Sobre as críticas
ao vazamento de informações,
o ministro não negou que algum servidor possa ter passado
gravações para a imprensa, mas
afirmou que a PF como instituição não faz isso.
Tarso Genro disse ainda que,
se houve algum erro da PF nas
últimas operações, "não criou
nenhuma nulidade nem comprometeu a lisura do processo".
Durante almoço com jornalistas, o ministro disse ser a favor do direito de a imprensa divulgar dados de operações da
PF, mas questionou se ela não
poderia identificar suas fontes
no caso de os dados prejudicarem pessoas inocentes.
Ao ser indagado se a intenção
do governo era limitar ou punir
jornalistas que divulguem gravações sigilosas, ele afirmou
que o projeto em elaboração
não conterá "nenhum tipo de
inculpação de jornalistas".
O ministro admitiu que o governo estuda medidas para evitar vazamentos de informações
e controlar grampos telefônicos. Citou que uma delas é criar
uma identificação nos disquetes com dados de investigações
da PF. Mas Tarso insistiu que o
objetivo do governo não é cercear o poder de investigação da
Polícia Federal.
O ministro se reuniu ontem
para discutir medidas com o
procurador-geral da República,
Antônio Fernando de Souza, e
o diretor da PF, Paulo Lacerda.
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