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Presidente do Clube Naval diz que ato é deboche
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do Clube Naval,
almirante-de-esquadra da reserva Júlio José Pedrosa, definiu como "um deboche" a decisão de pagar pensão de general
à viúva do ex-guerrilheiro e ex-capitão do Exército Carlos Lamarca. O presidente do Clube
Militar, general da reserva Gilberto Figueiredo, também criticou a decisão.
Para Figueiredo, Lamarca
traiu a pátria e os militares ao
abandonar o Exército para aderir à guerrilha. "Mas essa comissão aprova tudo que passa
por lá, de maneira que também
não é surpresa", disse.
Ex-ministro do STM (Superior Tribunal Militar), o presidente do Clube Naval atacou a
comissão, que "não tem competência para promover oficiais das Forças Armadas".
"Ela tem competência é para
distribuir dinheiro como anda
distribuindo por aí", disse. "No
caso do capitão Lamarca, não
há nenhuma condição de ele
ser general porque é um desertor, ele abandonou a Força."
O presidente do Clube Militar disse que Lamarca, ao desertar, cometeu um "crime capitulado no Código Penal Militar". Informado pela Folha a
respeito da decisão da Comissão de Anistia, o general afirmou: "A única posição que posso dar é de repulsa ao indivíduo
que ele foi, que traiu seus companheiros, que fez atrocidades
com seres humanos."
Na entrevista por telefone,
Figueiredo comentou o assassinato do tenente da Polícia
Militar Alberto Mendes Júnior, cometido por Lamarca
em 10 de maio de 1970. "Ele
matou um oficial da PM a coronhadas, fez outras atrocidades
desse tipo", afirmou o general.
Para Figueiredo, há dúvidas
a respeito da legalidade da promoção póstuma de Lamarca."Eu não sei qual foi o critério
da comissão. (...). De maneira
que não sei como isso poderia
ser feito", disse.
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