São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007

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Presidente do Clube Naval diz que ato é deboche

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do Clube Naval, almirante-de-esquadra da reserva Júlio José Pedrosa, definiu como "um deboche" a decisão de pagar pensão de general à viúva do ex-guerrilheiro e ex-capitão do Exército Carlos Lamarca. O presidente do Clube Militar, general da reserva Gilberto Figueiredo, também criticou a decisão.
Para Figueiredo, Lamarca traiu a pátria e os militares ao abandonar o Exército para aderir à guerrilha. "Mas essa comissão aprova tudo que passa por lá, de maneira que também não é surpresa", disse.
Ex-ministro do STM (Superior Tribunal Militar), o presidente do Clube Naval atacou a comissão, que "não tem competência para promover oficiais das Forças Armadas".
"Ela tem competência é para distribuir dinheiro como anda distribuindo por aí", disse. "No caso do capitão Lamarca, não há nenhuma condição de ele ser general porque é um desertor, ele abandonou a Força."
O presidente do Clube Militar disse que Lamarca, ao desertar, cometeu um "crime capitulado no Código Penal Militar". Informado pela Folha a respeito da decisão da Comissão de Anistia, o general afirmou: "A única posição que posso dar é de repulsa ao indivíduo que ele foi, que traiu seus companheiros, que fez atrocidades com seres humanos."
Na entrevista por telefone, Figueiredo comentou o assassinato do tenente da Polícia Militar Alberto Mendes Júnior, cometido por Lamarca em 10 de maio de 1970. "Ele matou um oficial da PM a coronhadas, fez outras atrocidades desse tipo", afirmou o general.
Para Figueiredo, há dúvidas a respeito da legalidade da promoção póstuma de Lamarca."Eu não sei qual foi o critério da comissão. (...). De maneira que não sei como isso poderia ser feito", disse.


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