São Paulo, domingo, 14 de junho de 2009

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outro lado

Estatal diz que apura suspeita em contratos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO ENVIADO A SALVADOR

A Petrobras informou que desde dezembro apura indícios de irregularidades nos contratos da gerência de Comunicação do Abastecimento e que decidiu, em abril passado, pela demissão por justa causa de Geovane de Morais.
"Foram encontrados indícios de pagamentos sem a devida entrega dos serviços contratados", diz.
Questionada pela Folha se havia sinais de favorecimento ao PT nos contratos autorizados por Morais, a estatal disse que não identificou sinais, até o momento, de beneficiamento a nenhum partido.
A estatal determinou ainda a análise caso a caso de todos os contratos fechados pela gerência de Morais em 2008, cuja conclusão deve ocorrer nos próximos seis meses.
Na sexta, a reportagem deixou recado na refinaria Landulpho Alves, região metropolitana da Bahia, onde trabalha a mulher de Morais, mas ela não telefonou de volta. A Folha também não o localizou em telefones registrados em seu nome em Salvador.
Conforme a Petrobras, foram "confirmadas todas as evidências de quebra de confiança e de desrespeito aos procedimentos da companhia" durante as comissões criadas para investigar o funcionário.
Donos da Movimento Produções e Eventos, uma das empresas que recebeu dinheiro da gerência, os empresários Vagner Alves Angelim e José Carlos dos Santos Virgens negam que tenham sido favorecidos e afirmam que sofrem acusações infundadas de concorrentes no mercado.
"A gente já foi tachada de produtora do PT. Incomodamos, pois conquistamos espaço. É questão de detonação", afirmam.
Embora seja dono da M&V Produções, Angelim disse que não falaria sobre essa empresa. Ele admitiu, contudo, que trabalhou "na pré-campanha de Jaques Wagner" e que filmou a posse do governador, mas nega ser seu amigo. "Isso é invenção."
Os donos da Movimento também se recusaram a comentar se houve negociação com Morais para assinatura de contratos com a estatal.
O vereador Moisés Rocha (PT) nega qualquer favorecimento à Movimento Produções e Eventos. "A empresa não surgiu de agora", disse Rocha.


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