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OSSOS DO OFÍCIO
Eleitora pergunta a Maluf se "rouba, mas faz" será o slogan da campanha
Vendedora constrange ex-prefeito
DA REPORTAGEM LOCAL
Em campanha pelo centro de
São Paulo, Paulo Maluf (PP)
passou por um constrangimento ontem ao puxar conversa
com uma vendedora de loja.
Marisete dos Santos, 28, estava parada em frente à loja de
roupas onde trabalha quando o
ex-prefeito se aproximou: "Oi
minha linda, tudo bem?".
Estimulada por assessores do
candidato do PP, Marisete perguntou qual era o slogan de Maluf para esta campanha.
Sorrindo, Maluf respondeu:
"O bom prefeito está voltando".
Sem pestanejar, a vendedora
respondeu: "Ah, eu pensei que
fosse o "rouba, mas faz'".
Maluf fechou o semblante,
não respondeu e continuou a
andar pela calçada. Aos repórteres, Marisete, que afirmou votar
no PT, disse ter pensado que o
"rouba, mas faz" era o slogan de
Maluf na campanha de 2000,
quando ele perdeu a prefeitura
para a petista Marta Suplicy.
Alguns minutos depois do incidente, Maluf encontrou sua
redenção. O aposentado Roberto Gonçalves Fraga se aproximou do ex-prefeito e afirmou:
"Apesar de eu não precisar votar, tenho 73, voto só para defender Maluf." Dirigindo-se aos
repórteres, Maluf perguntou:
"Tomou nota, tomou nota?".
Em uma outra loja, Maluf tirou seu telefone celular do bolso, disse que não estava funcionando, mas mostrou como consertá-lo quando o problema é de
mau contato. Ele abriu o aparelho, passou um pouco de saliva
no metal de conexão entre a bateria e o aparelho e, depois,
mostrou que o telefone voltou a
funcionar.
Satisfeito, Maluf saiu da loja e
parou em uma barraca de camelô que vendia óculos espelhados. Pegou um deles, que imitava um Oakley, colocou no rosto
e, voltando-se aos fotógrafos,
perguntou, rindo: "É isso o que
vocês querem, né", disse.
Rouba, mas faz
Na campanha ao governo
paulista de 1998, o programa
eleitoral de Maluf, dirigido pelo
marqueteiro Duda Mendonça,
trouxe uma mulher com o seguinte discurso: "Sabe, eu não
acho que o Maluf seja nenhum
santo. Mas ele, pelo menos,
quando chega lá, senta e faz.
Não é isso que a gente quer?".
Questionado na época se o
slogan estava admitindo o "rouba, mas faz", Maluf respondeu:
"Meus pecadinhos não são políticos nem de administração. São
alguns pecadinhos venais que
devo ter, como você tem. Há 31
anos estou na vida pública exatamente porque sempre fui um
homem honesto e correto".
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