LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Inconformado com a exclusão de um candidato a vereador em Itabuna (429 km ao sul de Salvador), o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu ontem as duas salas do diretório municipal do PT.
Localizadas no centro do município, um dos dez maiores da Bahia, as salas foram invadidas por cerca de 150 sem-terra, de acordo com a Polícia Militar.
O protesto foi organizado depois que o MST recebeu um comunicado do PT, anteontem, em que o partido informava que tinha excluído o nome do candidato a vereador Elias Jacob Mattar Neto da disputa eleitoral. Um dos principais líderes do MST na região, Neto teve o nome homologado na convenção do PT para disputar uma vaga na Câmara.
No comunicado, o PT informou que a decisão foi tomada após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) alterou as regras para o cálculo dos candidatos a vereador.
Segundo a nota, com a mudança, o PT foi obrigado a excluir sete candidatos -só 18 foram inscritos dos 25 nomes iniciais. "Fomos enganados pelo PT. Os dirigentes do partido disseram que, em qualquer circunstância, o nosso representante participaria das eleições", disse Evanildo Costa, coordenador estadual do MST, responsável pelo protesto.
Neto disse ter sido escolhido representante do MST. "Foi uma surpresa ver que havia sido vetado. Há muito tempo que o meu nome vinha sendo trabalhado pelos sem-terra da cidade."
Candidato à reeleição, o prefeito de Itabuna, Geraldo Simões (PT), teve reunião ontem com as lideranças do MST da região e pediu o fim da contenda. Evanildo Costa disse que a exclusão do "candidato sem terra" pode prejudicar o PT na eleição. "Todos sabem que o PT e os sem-terra sempre trabalharam juntos. Mas sem um candidato do MST, vai ficar muito difícil motivar os companheiros." Até o fechamento da edição, o MST permanecia na sede do PT.


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