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RUMO AO RECESSO
Também foi votado um crédito extra para a compra do avião presidencial, tema muito discutido
Congresso aprova a lei que atrela salário mínimo ao PIB
RANIER BRAGON
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Congresso entrou ontem em
recesso após aprovar a LDO (Lei
de Diretrizes Orçamentárias),
ponto de partida para a elaboração do Orçamento 2005, o Plano
Plurianual 2004-2007 e suplementações financeiras a ministérios. Entre as votações de ontem,
estava a que aprovou um crédito
suplementar de R$ 159 milhões
para a quitação do novo avião
presidencial, tema que dominou
boa parte da sessão.
A LDO aprovada traz uma novidade: a vinculação do aumento
real do salário mínimo ao crescimento do PIB per capita.
Caso o presidente Lula não vete
esse ponto, o mínimo em 2005 subirá de R$ 260 para, pelo menos,
R$ 280,59, o que significa a reposição da inflação prevista mais um
aumento real de 2,22 %, que é a
expectativa de crescimento do
PIB per capita neste ano.
Lula prometeu na campanha e
após a posse dobrar o poder de
compra do mínimo nos quatro
anos de seu governo. Os aumentos reais em 2003 e neste ano não
ultrapassaram 2% cada um.
A oposição criticou e disse que a
má distribuição de renda deve
continuar. Aliados disseram que
o governo vai recuperar o valor
real do mínimo.
A vinculação do mínimo ao
PIB, aliada à determinação do direcionamento de pelo menos 11%
dos recursos da Cide (a contribuição sobre combustíveis) para a
área de infra-estrutura de Transportes, representará, em caso de
não serem vetadas, gasto extra de
R$ 1,7 bilhão para o governo.
Segundo aliados, Lula deve vetar a parte que trata da Cide sob o
argumento de que isso engessaria
a execução orçamentária.
A LDO ainda mantém os indicadores macroeconômicos
atuais, como o superávit primário
(economia de gastos para pagamento de juros) de 4,25 % do PIB
(Produto Interno Bruto). No entanto, há uma ressalva que dá ao
governo a autorização, mediante
aviso ao Congresso, de excluir
despesas do cálculo do superávit
caso haja acordo com o Fundo
Monetário Internacional. O Planalto negocia a exclusão de gastos
com saneamento ou de investimentos das estatais.
O PPA 2004-2007 também
mantém os indicadores macroeconômicos do governo e estabelece metas e diretrizes para a elaboração e cumprimento dos orçamentos a longo prazo. Todas essas votações deveriam ter ocorrido na semana passada, mas foram adiadas devido a uma divergência financeira entre o Banco
do Brasil e a Prefeitura do Rio, o
que levou o PFL a impedir a realização da sessão.
Cerca de R$ 10 bilhões de créditos extras a ministérios e estatais
também foram aprovados, entre
eles R$ 3 bilhões para pagamento
de salário e de reajustes ao funcionalismo e R$ 4 bilhões para investimentos e custeio da Petrobras.
Colaborou LUIS RENATO STRAUSS, da
Sucursal de Brasília
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