|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JANIO DE FREITAS
Daslula-lá
Com o ataque conjunto de
Receita Federal, Procuradoria da República e Polícia Federal à Daslu, a catedral dos novos-ricos, afinal se tem uma pista para entender a confusão reinante, em que os acusados acusam, os poderosos são os que estão impotentes, os de cima é que
perdem os empregos.
De um lado são novos-ricos;
do outro, também. Uns são os
que deixaram as entidades acima em dúvida sobre a direção a
dar ao seu ataque: tanto faria
atacar na direção da Daslu ou
da clientela compradora, que o
resultado sempre tenderia à proveitosa colheita de material para processos judiciais e fiscais.
Onde há um novo-rico, seja vendedor ou comprador, está justificada a desconfiança de sonegação, subfaturamento, informação privilegiada, fraude em concorrência, contrabando e não
necessariamente uma coisa de
cada vez. As tropas federais preferiram o ataque ao lado vendedor por ser concentrado, exigindo menos trabalho e tempo que
o disperso lado comprador.
E o que revela a torrente de denúncias que engolfou o PT,
inundou o Congresso e destelhou a Presidência? São as malas, os milhões, os dólares, os
desvios, as concorrências fraudadas, e tudo o mais, dos que decidiram tornar-se os novos-ricos
da política nacional.
A Daslu tem tanto a ver com o
novo-riquismo da tucanagem
como tem com a obra banqueira, os juros e a anti-justiça social
do Lula lá. Se, de repente, se
vêem sob o mesmo destino, aí está uma solidariedade de classe
admirável.
Faz sentido a tese da tão falada fusão PT-PSDB. A ser selada
com uma festa na Daslu. Sem
preocupação com a autenticidade da nota fiscal.
Primeiro passo
Os petistas adotaram como refrão, desde as primeiras denúncias contra o comando do PT,
que "Roberto Jefferson acusa
sem provas". Alguns parlamentares, por certo, não podiam
mesmo acreditar na possibilidade de ver confirmado o que jamais imaginariam nos companheiros líderes. Mas o próprio
Jefferson adotou, e parece ter explorado como tática, a afirmação da sua falta de provas.
Sexta-feira, Roberto Jefferson
deverá depor a respeito de uma
tal rede de proteção empresarial
contra fiscais do INSS. Jefferson
nem estava no assunto, como
denunciante ou como citado,
mas não resistiu ao deparar a
notícia inicial: "Eu tenho prova
disso aí, tenho prova, posso depor". A oferta foi logo aceita.
Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Inteligência: Renan chama Marcelo de "aprendiz de araponga" Próximo Texto: Escândalo do "mensalão"/Mala suspeita: Assessor comprou passagem para petista Índice
|