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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/BASE PARTIDA
Senador peemedebista marca votação do projeto de LDO para agosto, frustrando o Planalto, que queria atenuar a repercussão da crise
PMDB impede recesso do Congresso em julho
GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em decisão surpreendente, um
senador do aliado PMDB impôs
uma derrota ao governo com
uma medida que, na prática, impedirá o recesso do Congresso em
julho: o presidente da Comissão
de Orçamento, Gilberto Mestrinho (AM), marcou para 2 de
agosto a votação do projeto da
LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), antes da qual os parlamentares não podem encerrar os
trabalhos do primeiro semestre.
Obstruída pela oposição e pela
bancada ruralista, a votação da
LDO vinha sendo sucessivamente
adiada nas últimas duas semanas,
mas Mestrinho mantinha a praxe
de marcar novas sessões para os
dias disponíveis seguintes. Ontem, o senador marcou uma data
três semanas à frente.
A decisão contraria os interesses do Planalto, que contava com
o recesso parlamentar para atenuar a repercussão da crise política. Agora, se mantida a data, as investigações do Conselho de Ética
e da Corregedoria da Câmara poderão continuar.
"Não tenho explicação. Só pode
ser o PMDB querendo um quarto
ministério", disse o deputado
Carlito Merrs (PT-SC).
Mestrinho justificou: "Eles [os
governistas] tiveram dois meses
para botar gente na comissão e
votar. Todos sabem que nas próximas duas semanas não haverá
ninguém aqui".
O ministro Paulo Bernardo
(Planejamento) disse que o atraso
na LDO prejudicará a elaboração
do projeto do Orçamento de 2006
-a primeira, como o nome indica, fixa as diretrizes para o segundo, que tem de ser enviado ao
Congresso até 31 de agosto.
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