São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/BASE PARTIDA

Senador peemedebista marca votação do projeto de LDO para agosto, frustrando o Planalto, que queria atenuar a repercussão da crise

PMDB impede recesso do Congresso em julho

GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em decisão surpreendente, um senador do aliado PMDB impôs uma derrota ao governo com uma medida que, na prática, impedirá o recesso do Congresso em julho: o presidente da Comissão de Orçamento, Gilberto Mestrinho (AM), marcou para 2 de agosto a votação do projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), antes da qual os parlamentares não podem encerrar os trabalhos do primeiro semestre.
Obstruída pela oposição e pela bancada ruralista, a votação da LDO vinha sendo sucessivamente adiada nas últimas duas semanas, mas Mestrinho mantinha a praxe de marcar novas sessões para os dias disponíveis seguintes. Ontem, o senador marcou uma data três semanas à frente.
A decisão contraria os interesses do Planalto, que contava com o recesso parlamentar para atenuar a repercussão da crise política. Agora, se mantida a data, as investigações do Conselho de Ética e da Corregedoria da Câmara poderão continuar.
"Não tenho explicação. Só pode ser o PMDB querendo um quarto ministério", disse o deputado Carlito Merrs (PT-SC).
Mestrinho justificou: "Eles [os governistas] tiveram dois meses para botar gente na comissão e votar. Todos sabem que nas próximas duas semanas não haverá ninguém aqui".
O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) disse que o atraso na LDO prejudicará a elaboração do projeto do Orçamento de 2006 -a primeira, como o nome indica, fixa as diretrizes para o segundo, que tem de ser enviado ao Congresso até 31 de agosto.


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