|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rosinha corta até prêmios de loteria
Apesar de publicados no "Diário Oficial", governo do Rio nega que cortes estejam sendo feitos na prática
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O contingenciamento de R$
1,4 bilhão determinado pela governadora do Rio, Rosinha Matheus, tirou dinheiro de áreas
sensíveis à administração estadual, como alimentação de presos (R$ 15,1 milhões), de menores infratores (R$ 1,2 milhão) e
da gasolina para carros das polícias Militar e Civil (R$ 39,7
milhões). São R$ 128,9 milhões
a menos para a Segurança, área
crítica no Estado.
Até gastos como pagamento
de prêmios da Loterj (loteria do
Estado), no total de
R$ 44,6 milhões, foram congelados. Apesar do corte orçamentário, a autarquia informou que nenhum pagamento
de apostador vencedor deixou
ou deixará de ser feito.
Após Rosinha autorizar empenho de 40% do Orçamento
no primeiro trimestre, o Estado adotou "economia de guerra" para evitar que a governadora seja enquadrada na Lei de
Responsabilidade Fiscal, como
a Folha mostrou no dia 5.
A operação retém R$ 15,1 milhões inicialmente destinados
à "alimentação de apenados e
custodiados". Agentes penitenciários do Rio temem rebelião.
Os menores em "conflito
com a lei" internados em instituições estaduais também perderam, ao menos provisoriamente, R$ 1,2 milhão. A comida, em quentinhas, muitas vezes chega estragada, e os menores ficam sem refeição.
Apesar de o governo afirmar
que o corte é só na burocracia e
não atinge a "ponta", o "Diário
Oficial" mostra que a contenção atinge R$ 32,2 milhões para "aquisição de combustível"
da Polícia Militar e R$ 7,5 milhões de combustível da Civil.
O governo do Rio afirma que
os contingenciamentos do dinheiro para o combustível da
polícia não estão sendo implantados na prática. Não existe, porém, nenhum decreto ou
ato administrativo oficial e público revogando esses dados.
Ainda segundo o governo, a
administração é "responsável,
preocupada em respeitar a Lei
de Responsabilidade Fiscal".
O Estado nega que a governadora Rosinha Matheus
(PMDB) empenhou mais verbas no início do ano com objetivos políticos e agora seja obrigada a realizar cortes.
Texto Anterior: Sanguessugas utilizaram emenda de relator da CPI Próximo Texto: Estado diz ter administração responsável Índice
|