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Grupo anti-FHC busca nome para presidir PMDB
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois da desistência do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, o grupo anti-FHC
do PMDB continua sem nomes
para disputar com alguma
chance de vitória a presidência
da sigla na convenção nacional
do partido, em 9 de setembro.
Se não aparecer nenhuma
opção nesta semana, é possível
que Itamar oficialize sua saída
do PMDB antes do final do
mês. Com medo de que isso
acontecesse nesta semana, os
oposicionistas do PMDB fizeram um apelo para que Itamar
esperasse alguns dias -evitando dar declarações sobre sua
saída iminente da sigla.
Hoje deve haver uma reunião
de emergência em Brasília entre os principais articuladores
de oposição no PMDB. Lideram esse grupo o ex-governador Orestes Quércia (SP) e o
presidente interino do PMDB,
senador Maguito Vilela (GO).
"Temos de decidir nesta semana, até quinta. Depois ficaria
muito difícil montar a chapa
completa", calcula Maguito.
Governistas
O grupo governista do PMDB
lançou o deputado Michel Temer (SP) para presidir a sigla.
"Não podemos aceitar o Michel Temer nem ninguém do
governo", tem dito Quércia, sinalizando ser impossível algum tipo de conciliação entre
as duas facções -a favor e contra o governo federal.
Apesar de terem sido lançados vários nomes para presidir
o PMDB em nome do grupo
oposicionista, apenas um deles
reuniria os predicados exigidos
por Itamar para permanecer
no partido. Trata-se do senador Iris Rezende (GO).
Ocorre que Iris tem dois problemas para resolver -além
da necessidade de obter os votos para vencer Michel Temer
no dia 9 de setembro. Primeiro,
precisa convencer Ovídio de
Ângelis (indicação sua) a entregar o cargo de secretário de Desenvolvimento Urbano no governo FHC. Segundo, tem de
convencer o governador do
Distrito Federal, Joaquim Roriz
(PMDB), que apóia Michel Temer, a ficar neutro na disputa.
Ontem à noite, Iris tinha uma
reunião agendada com Roriz.
A importância do governador
de Brasília é grande dentro do
PMDB. Não pelo número de
convencionais que o Distrito
Federal manda para convenção
do partido, mas por causa da
rede de influência que o governador brasiliense tem entre
parlamentares.
Muitos deputados e senadores são devedores de pequenos
favores prestados pela máquina do governo do Distrito Federal. Vencida a resistência de
Roriz -o que é improvável, segundo a Folha apurou-, Iris
imporia a saída de Ovídio de
Ângelis do governo federal.
Se fracassar a construção da
candidatura de Iris Rezende, os
oposicionistas do PMDB devem apresentar um candidato
apenas para constar, mas com
poucas chances de vitória. São
citados, entre outros, o senador
Amir Lando (RO) e o ex-deputado federal Paes de Andrade
(CE). Nessa hipótese, Itamar
deixaria o partido antes da convenção nacional de setembro.
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