São Paulo, terça-feira, 14 de agosto de 2001

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Grupo anti-FHC busca nome para presidir PMDB

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois da desistência do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, o grupo anti-FHC do PMDB continua sem nomes para disputar com alguma chance de vitória a presidência da sigla na convenção nacional do partido, em 9 de setembro.
Se não aparecer nenhuma opção nesta semana, é possível que Itamar oficialize sua saída do PMDB antes do final do mês. Com medo de que isso acontecesse nesta semana, os oposicionistas do PMDB fizeram um apelo para que Itamar esperasse alguns dias -evitando dar declarações sobre sua saída iminente da sigla.
Hoje deve haver uma reunião de emergência em Brasília entre os principais articuladores de oposição no PMDB. Lideram esse grupo o ex-governador Orestes Quércia (SP) e o presidente interino do PMDB, senador Maguito Vilela (GO). "Temos de decidir nesta semana, até quinta. Depois ficaria muito difícil montar a chapa completa", calcula Maguito.

Governistas
O grupo governista do PMDB lançou o deputado Michel Temer (SP) para presidir a sigla. "Não podemos aceitar o Michel Temer nem ninguém do governo", tem dito Quércia, sinalizando ser impossível algum tipo de conciliação entre as duas facções -a favor e contra o governo federal.
Apesar de terem sido lançados vários nomes para presidir o PMDB em nome do grupo oposicionista, apenas um deles reuniria os predicados exigidos por Itamar para permanecer no partido. Trata-se do senador Iris Rezende (GO).
Ocorre que Iris tem dois problemas para resolver -além da necessidade de obter os votos para vencer Michel Temer no dia 9 de setembro. Primeiro, precisa convencer Ovídio de Ângelis (indicação sua) a entregar o cargo de secretário de Desenvolvimento Urbano no governo FHC. Segundo, tem de convencer o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), que apóia Michel Temer, a ficar neutro na disputa.
Ontem à noite, Iris tinha uma reunião agendada com Roriz. A importância do governador de Brasília é grande dentro do PMDB. Não pelo número de convencionais que o Distrito Federal manda para convenção do partido, mas por causa da rede de influência que o governador brasiliense tem entre parlamentares.
Muitos deputados e senadores são devedores de pequenos favores prestados pela máquina do governo do Distrito Federal. Vencida a resistência de Roriz -o que é improvável, segundo a Folha apurou-, Iris imporia a saída de Ovídio de Ângelis do governo federal.
Se fracassar a construção da candidatura de Iris Rezende, os oposicionistas do PMDB devem apresentar um candidato apenas para constar, mas com poucas chances de vitória. São citados, entre outros, o senador Amir Lando (RO) e o ex-deputado federal Paes de Andrade (CE). Nessa hipótese, Itamar deixaria o partido antes da convenção nacional de setembro.



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