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MILITARES
Empresas européias querem parceria com brasileira em licitação da FAB
Consórcio faz oferta à Embraer
IGOR GIELOW
COORDENADOR DA AGÊNCIA FOLHA
Em um lance inusitado, o consórcio que une a Saab (Suécia) e a
British Aerospace (Reino Unido)
fez uma oferta à brasileira Embraer para a fabricação do avião
de combate Gripen -um dos
concorrentes à vaga de novo caça
da FAB (Força Aérea Brasileira),
que lançou a licitação de US$ 700
milhões na semana passada.
Nem a Embraer entendeu. ""Não
há a intenção de fazer consórcio
nessa área para essa disputa",
afirmou o presidente da fabricante brasileira, Maurício Botelho.
O motivo é simples: a Embraer
já tem um acordo com a francesa
Dassault para a co-produção do
caça Mirage 2000-5, um dos concorrentes. Mais: 20% da brasileira
já é de um consórcio francês, do
qual a mesma Dassault faz parte.
""Além da transferência de alta
tecnologia para produtos da indústria aerospacial, o consórcio
europeu quer desenvolver projetos de cooperação comercial em
outros segmentos da indústria
nacional", afirma nota da Saab.
O texto bate com o que a FAB
anunciou como precondição para
a escolha do novo avião. Numa
frota de 12 a 24 unidades, o aparelho irá substituir os 18 Mirage F-103 da FAB, com vida útil até
2005. Não há detalhes da oferta,
que será explicada amanhã. O
Gripen ganhou concorrência em
2000 na África do Sul por ofertar
transferência tecnológica.
O anúncio mostra que a licitação da FAB será dura. Para a Dassault-Embraer, havia duas grandes vantagens: a construção no
Brasil e o fato de a frota atual já ser
de Mirage, o que facilita o treinamento. Contra, pesam a acelerada
obsolescência do projeto e a desconfiança de domínio francês no
equipamento da FAB.
Outra concorrente, a russa Sukhoi, também promete um programa de transferência tecnológica para o Brasil comprar seus Su-27. Apesar de os russos não terem
uma imagem boa quando se trata
de manutenção de seus produtos,
o aparelho é considerado ideal para as condições brasileiras.
Agora, é a vez da Saab mostrar
as cartas, que podem incluir modificações no alcance do Gripen
-um moderno aparelho, mas limitado para as operações em longa distância no Brasil.
Os dois concorrentes norte-americanos, Lockheed (F-16) e
Boeing (F/A-18), ainda não apresentaram suas propostas.
Os rivais restantes, Eurofighter
(consórcio europeu) e MiG-29
(RAC, russo), não se pronunciaram e têm menores chances.
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