FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de advogados, intelectuais e empresários organiza uma manifestação nacional, no dia 7 de setembro, em defesa da maior participação da sociedade civil numa ampla reforma política. O objetivo é discutir saídas para a crise e meios de inibir a corrupção e os crimes eleitorais.
Na última terça-feira, 30 pessoas convocadas pelo advogado Miguel Reale Júnior propuseram emenda constitucional que adie por seis meses o prazo para mudanças no sistema eleitoral. A Constituição fixa como limite o dia 30 de setembro.
"É possível o Congresso, no meio dessa turbulência, fazer a reforma política e algumas reformas constitucionais? A corrupção não é só deste governo, tem que haver uma larga discussão da sociedade civil", diz Reale Júnior.
Sob o título "Passemos da indignação à ação", uma convocação para coleta de assinaturas será divulgada segunda-feira, em Curitiba. Segundo a minuta, as eleições de 2006 "têm de ser realizadas já sob novas regras, sob pena de reedição dos vícios e mazelas hoje escancarados à opinião pública".
A reunião aconteceu na casa do advogado Floriano de Azevedo Marques Neto. Participaram membros da magistratura, do Ministério Público e da OAB. Compareceram, entre outros, os ex-ministros Rubens Ricupero, José Gregori e Celso Lafer, os empresários Carlos Eduardo Moreira Ferreira e Mário Ernesto Humberg, o psicanalista Jorge Forbes e o historiador Carlos Guilherme Mota.
"Mais do que indignadas, as pessoas estão perplexas", diz Forbes. "A idéia é fazer pressão para que os fatos sejam apurados até as últimas conseqüências e para que a sociedade ofereça soluções". Segundo ele, "o movimento não tem caráter político-partidário".
O historiador Guilherme Mota diz que "a sociedade civil ainda não encontrou mecanismos para um controle mais eficiente da coisa pública". Segundo ele, "coloca-se novamente o tema da legitimidade e da representatividade na afirmação do ideal republicano".

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