São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2005

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OUTRO LADO

Azeredo nega denúncias e vê armação do PT

THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) negou com veemência todas as denúncias contra ele feitas por Nilton Antônio Monteiro. Afirmou que não montou caixa dois com dinheiro de estatais em sua campanha ao governo de Minas em 1998 e disse desconhecer Monteiro.
Para Azeredo, as denúncias são uma "armação", assim como a lista apócrifa do suposto esquema de financiamento irregular de campanhas em Minas Gerais montado por Marcos Valério de Souza para o PSDB nas eleições de 1998.
A lista foi divulgada na última quarta-feira, durante sessão conjunta das CPIs do Mensalão e dos Correios.
"Isso [denúncias de Nilton Monteiro] é na mesma linha da lista apócrifa, é armação. É uma ação de setores do PT que querem me difamar para tentar compensar os problemas que o partido está vivendo", afirmou o senador tucano.
O ex-governador mineiro (1995-1998) disse que Monteiro esteve uma vez em seu gabinete em Belo Horizonte neste ano, mas foi atendido por um de seus advogados. Azeredo disse não saber o motivo da visita.
Para Azeredo, Monteiro está "a serviço de terceiros". Falou em "um deputado do PT de Minas", sem citar o nome.
A Folha apurou que, há duas semanas, o deputado estadual Rogério Corrêa (PT) levou Monteiro para uma reunião informal no Ministério Público Federal em Minas, com o procurador-chefe Eduardo Fonseca.
Monteiro não depôs formalmente, mas prestou informações e entregou documentos que foram encaminhados à Procuradoria Geral da República, em Brasília.
Na reunião, Monteiro nomeou petistas mineiros que teriam recebido dinheiro do suposto esquema de Valério em 1998, o que causou constrangimento ao deputado.
O subsecretário de Comunicação do governo de Minas, Eduardo Guedes Neto, afirmou que Cemig, Loteria Mineira e Credireal não patrocinaram o Enduro da Independência de 1998.
Naquele ano, Guedes era secretário-adjunto de Comunicação de Azeredo e assinou ofícios recomendando que as estatais Copasa e Comig patrocinassem o evento esportivo em R$ 1,5 milhão cada uma.
O dinheiro foi repassado a uma conta da SMPB -empresa responsável pela organização do evento- no Banco Rural.
Guedes disse ainda que é "muito provável" que o Bemge não tenha patrocinado o evento de enduro, pois a privatização do banco estava sendo concluída na época do evento.

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