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"MENSALÃO" /PT x PT
Candidatos à presidência do partido discutem punição a envolvidos no caso do "mensalão"
Esquerdas do PT articulam expulsão de Delúbio em SP
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-tesoureiro do PT Delúbio
Soares poderá ser expulso do partido já na semana que vem. Ainda
que em "palanques" opostos, os
principais candidatos à presidência do PT -à exceção do Campo
Majoritário- se reuniram ontem, em São Paulo, para traçar
uma estratégia conjunta pela expulsão de Delúbio, a abertura de
processo na Comissão de Ética
para investigar a participação de
deputados no escândalo do
"mensalão" e a redução do mandato do presidente, Tarso Genro.
Mais tarde, num debate entre as
chapas que disputam o comando
do partido, a expulsão dos envolvidos no escândalo foi defendida
por todos os candidatos. Até mesmo o representante do Campo
Majoritário, o presidente do PT
de São Paulo, Paulo Frateschi,
afirmou que os integrantes da
corrente foram "tolerantes" com
esses companheiros, mas que eles
"têm de ser punidos".
Antes de discursar para um plenário de cerca de 1.200 petistas,
em sua maioria militantes de esquerda, Frateschi acenou com a
possibilidade de expulsão de Delúbio a partir de terça-feira, data
de seu depoimento à comissão de
Ética e da reunião da Executiva
Nacional do partido em Brasília.
"Pela expulsão de todos os envolvidos no processo. Não somos
coniventes com corrupção", conclamou Raul Pont, candidato da
Democracia Socialista, interrompido por aplausos.
Numa resposta às ameaças de
saída em massa do PT, Valter Pomar disse que, "se alguém tem
que sair do PT, são os corruptos".
Na terça-feira, a Democracia
Socialista (DS), o Movimento PT
e a Articulação de Esquerda deverão levar à Executiva uma proposta de redução da agenda planejada para depois da eleição do
novo presidente do PT, prevista
para o dia 18 do mês que vem.
Com isso, o mandato de Tarso
seria encerrado até outubro, em
vez de dezembro, como está programado. "Nossa conclusão é que
a direção atual não deve mais ficar
no comando do partido", disse o
líder do PT na Câmara e participante das reuniões, Fernando
Ferro (PT-PE).
"Não seremos omissos como
tem sido a atual direção", criticou
a candidata do Movimento PT,
Maria do Rosário (RS).
Ferro chama de provocação o
fato de o PT não ter submetido até
hoje os envolvidos à Comissão de
Ética. Disse que defenderá a abertura do processo e a convocação
do Diretório para expulsão de Delúbio na terça.
Governo Lula
Apesar do consenso quanto à
expulsão dos envolvidos -ainda
que sem citar seus nomes- candidatos e platéia divergiam quando o assunto era o governo de
Luiz Inácio Lula da Silva.
Frateschi e o porta-voz da chapa
Socialismo e Democracia, Jilmar
Tatto, foram vaiados ao propor
defesa vigorosa do governo Lula.
Mas o candidato da chapa "Terra,
Trabalho e Soberania", Markus
Sokol, também foi ao dizer que
"este governo não é do PT".
Mais aplaudido dos oradores,
Plínio de Arruda Sampaio (Esperança Militante), classificou Lula
como companheiro. "Mas não é o
super-homem". Numa disputa
em que os próprios candidatos
têm pagado suas passagens, os
participantes foram alertados para o calor da discussão logo no
início, quando Luiz Antônio Carvalho pediu um aparte para propor a expulsão do ex-ministro José Dirceu e lamentar: "A casa
caiu".
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