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Deputado líder em propina recebeu até eletrodomésticos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ (MT)
Apontado como primeiro elo
entre o Congresso e a máfia dos
sanguessugas, o deputado Lino
Rossi (PP-MT) recebeu como
pagamento de propina por
emendas ao Orçamento uma
mesa e até eletrodomésticos:
fogão, batedeira, freezer, lavadora e forno microondas.
Esses itens estão descritos
em nota fiscal de março de
2002, no valor de R$ 7.210,
emitida por uma loja de eletrodomésticos de Cuiabá. A despesa foi paga por Darci Vedoin, líder da máfia dos sanguessugas.
A nota fiscal faz parte dos 125
documentos, apenas referentes
a pagamentos de propina ao deputado, entregues à Justiça Federal pelo empresário Luiz Antonio Vedoin, filho de Darci.
Os documentos contra Rossi
-licenciado da Câmara e candidato à reeleição- ocupam
um volume de 152 páginas e incluem até cheques do deputado
resgatados em factorings pela
família Vedoin.
O deputado, conforme o relatório da CPI dos Sanguessugas,
recebeu R$ 3,1 milhões de propina do esquema. Darci disse
que comprou os eletrodomésticos porque o deputado estava
mobiliando seu apartamento.
Darci e Luiz Antonio disseram que, em 1999, Rossi começou a apresentar a eles outros
deputados. Dessa forma, a família, que entrara no negócio
de venda de ambulâncias, pôde
iniciar um esquema que envolveu ao menos 72 congressistas
e 17 ex-parlamentares.
Segundo Luiz Antonio, Rossi
apresentou à máfia dos sanguessugas 19 deputados. Rossi
ainda recebia 2% do valor da
emenda de outro deputado que
convencesse a destinar verbas à
compra de ambulâncias.
Apesar de insistentes pedidos de entrevistas desde o fim
de julho, Rossi não fez contato
com a reportagem. Em conversa anterior, ele negou o envolvimento com os sanguessugas.
(HUDSON CORRÊA)
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