São Paulo, terça-feira, 14 de agosto de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Força total

Gilberto Kassab (DEM), que no Datafolha demonstrou ser competitivo contra Marta Suplicy (PT) e capaz de criar embaraço ao líder Geraldo Alckmin (PSDB), dispõe de pelo menos R$ 1 bi em caixa para investir nos próximos meses, período em que será definido o grid da sucessão paulistana. Embora não pretenda anunciar tão cedo se vai concorrer, o prefeito tem pela frente um cronograma de inaugurações de fazer inveja a qualquer candidato: pelo menos 60 novas AMAs (postos de saúde incrementados concebidos ainda no período de José Serra), 41 BECs (centros esportivos) e 23 CEUs (os escolões de Marta).
Para conquistar o eleitorado da ex-prefeita, Kassab manteve vários de seus projetos em andamento, mas cuidou de enfraquecer o peso das marcas petistas.

Onde pega. Daqui até a eleição, Kassab tentará mostrar serviço na área de transportes, mal avaliada em sua gestão depois de ter sido um ponto forte na de Marta Suplicy, durante a qual foi implantado o bilhete único.

Escrete. Corintianos tentarão equilibrar forças na Câmara paulistana com os rivais palmeirenses, que já contam com Ademir da Guia (PR). Sairão candidatos a vereador o ex-goleiro Ronaldo (PPS) e o ex-atacante Dinei (PDT).

Cobaia. O Supremo Tribunal Federal expediu ofício aos advogados dos 40 denunciados no inquérito do mensalão para avisar que a ordem de julgamento seguirá a da peça do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Assim, o ponto de partida será justamente a defesa de José Dirceu.

Mãos cheias. Eduardo Ferrão, advogado de Renan Calheiros (PMDB-AL), terá de dividir suas atenções, até aqui voltadas para o presidente do Senado. É ele o titular da defesa de dois denunciados no caso do mensalão: o ex-ministro Luiz Gushiken e Pedro Corrêa, deputado cassado e ex-presidente do PP.

Romaria. Ex-prefeita de Maceió, Kátia Born (PSB) fez giro recente por Brasília em busca de emprego na gestão Lula. Secretária de Ciência e Tecnologia de Teotônio Vilela (PSDB), quer deixar o cargo para fugir do desgaste do governador e de Renan.

Mau começo. A relação entre Nelson Jobim e Milton Zuanazzi foi para o brejo logo na primeira reunião do Conac dirigida pelo ministro da Defesa, que se sentiu ludibriado pelo presidente da Anac -eles haviam tido conversa prévia, e só diante dos demais participantes Zuanazzi disse que determinada ordem de Jobim seria impossível de cumprir.

Me aguarde. Quem conhece bem Jobim acha que pode demorar, mas ele pega Zuanazzi na esquina.

Bordão 1. Os deputados mais afinados com o Planalto chegam hoje a Brasília defendendo o "caráter social" da CPMF: dos quase R$ 40 bi anuais, repetem os líderes, "R$ 15 bi vão para a saúde, R$ 7,5 bi para o Bolsa Família e R$ 6 bi para a Previdência".

Bordão 2. Contra os que defendem a desoneração via CPMF, os governistas mais fiéis dizem que isso é assunto para a reforma tributária, que seria enviada ao Congresso até o final de setembro. A redução dos encargos se daria na folha de pagamento.

Outro lado. A assessoria de Dilma Rousseff lembra que a ministra da Casa Civil já esteve uma vez na Câmara e outra no Senado para falar do PAC. Irá de novo à Câmara tratar do assunto na segunda quinzena de setembro e "sempre que for convidada".

No laço. Tarso Genro já não demonstra tanta disposição para ir ao Senado falar sobre o caso dos pugilistas cubanos. A pedido do correligionário Eduardo Suplicy (PT-SP), o ministro da Justiça havia sido apenas convidado. Se ele fizer corpo mole, dizem oposicionistas, será convocado.

Tiroteio

"Com ou sem Alckmin na disputa, Kassab terá de ser candidato. Afinal, o Serra vai precisar de alguém que defenda sua gestão na prefeitura."


Do vereador ANTONIO DONATO (PT-SP), ironizando a disputa entre alckmistas, que apostam no ex-governador para a prefeitura paulistana, e serristas, apoiadores da reeleição de Gilberto Kassab (DEM).

Contraponto

Grande Irmão

Um grupo de vereadores foi ao Planalto, na semana passada, para audiência na Secretaria de Assuntos Federativos da Presidência da República. Na chegada, um pequeno adesivo com a sigla PV, indicativa de "visita ao palácio", foi colocado na lapela dos parlamentares.
Diante desse procedimento, Anésio Ferreira de Campos, de Cajamar, virou-se espantado para Sebastião Misiara, presidente da União de Vereadores de São Paulo:
-Bem que falam que aqui eles sabem de tudo!
-Como assim, Anésio?
-Olha só: eu não falei absolutamente nada e já colocaram até o nome do meu partido no paletó!


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