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FHC provoca PT sobre 2008; Marta diz que não disputará
"Nossos adversários não estão com nada em São Paulo", afirma ex-presidente
Governador Serra destaca que resultado do Datafolha foi positivo para Alckmin e Kassab; ex-prefeita de SP prefere governo do Estado
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A pesquisa Datafolha publicada anteontem, com cenários
sobre a sucessão municipal em
São Paulo no próximo ano, anima a cúpula tucana a lançar o
ex-governador Geraldo Alckmin em 2008, ainda que o governador José Serra adote o
máximo de cautela para preservar a aliança com o DEM e o
atual prefeito Gilberto Kassab.
"Os dados mostram sobretudo que os adversários nossos
em São Paulo não estão com
nada", disse o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso,
que esteve ontem em Belo Horizonte em seminário com dirigentes tucanos.
Na pesquisa, Alckmin aparece em uma das situações com
30% das intenções de voto,
contra 24% da ex-prefeita paulistana Marta Suplicy (PT) e
10% de Kassab (DEM).
Já a ministra do Turismo,
Marta Suplicy, que governou a
cidade de 2001 a 2004, descartou novamente a candidatura.
"Não pretendo voltar à prefeitura", disse ontem, em seminário na Assembléia Legislativa
de São Paulo.
"Achei os dados da pesquisas
muito bons, simpáticos. Agradeço à população de São Paulo,
mas não serei candidata. O ministério é desafiador. Muitas
das coisas que fizemos em São
Paulo, de qualidade de vida para quem mais precisa, podemos
fazer também no Brasil pelo
ministério. Estou feliz, e isso tira da minha perspectiva poder
disputar a prefeitura." Marta
não descarta, porém, concorrer
ao governo em 2010. "Isso a
gente pode avaliar."
PSDB x DEM
Apostando na aproximação
entre FHC e Kassab -promovida inclusive em almoços no
Palácio dos Bandeirantes-
Serra ressaltou que o resultado
é bom para Alckmin e Kassab.
"Muito positiva a pesquisa.
Tanto em relação aos resultados do Alckmin como também
do Gilberto Kassab. A respeito
do que vai acontecer, só no ano
que vem. Mas é inegável que essa pesquisa agora apresenta resultados, para nós, estimulantes", disse o governador.
FHC disse ser muito cedo para definir quem será o candidato, mas considera "óbvio" que
Alckmin é um nome "forte" para a disputa. Segundo FHC, se
Alckmin for o candidato, vai ter
o apoio do PSDB. O ex-presidente, porém, não ignorou Kassab: "O desempenho do prefeito, que é apoiado por nós, foi
muito bom. Temos razões para
estarmos contentes".
Segundo tucanos, Serra tem
repetido que Alckmin será o
candidato, se quiser, mas teria
insinuado ao ex-governador
que concorresse ao Palácio dos
Bandeirantes em 2010.
Alckmin afirma que é preciso
"ouvir o povo e o partido". Kassab insiste em relacionar o resultado da pesquisa à aprovação de seu governo.
Os aliados de Alckmin, Marta
e Kassab já pressionam os três a
se lançarem na disputa. "O Geraldo é o melhor candidato. Temos que respeitar a vontade do
povo", disse o deputado Duarte
Nogueira (PSDB-SP).
Para o tucano José Aníbal, a
candidatura de Alckmin está
posta e o PSDB deve lançar um
nome: "Se [o PSDB] não [lançar], será o mesmo que o rabo
abanar o cachorro".
O presidente nacional do
DEM, Rodrigo Maia (RJ), diz
que é "natural que o entorno de
Alckmin queira voltar para o
governo", mas a necessidade de
preservar a aliança vai pesar.
Os petistas não desenham o
cenário eleitoral de 2008 sem
Marta. Rui Falcão (PT), deputado estadual e um dos principais aliados da ex-prefeita, destaca que a ministra aparece
poucos pontos atrás de Alckmin. "Sabemos que ela está relutante, mas é o melhor nome e
mais forte nome do partido",
afirmou o deputado estadual
Donisete Braga (PT). Simão Pedro, líder do PT na Assembléia,
é cauteloso: "O jogo em 2008
está aberto e há problemas nos
dois lados. Se a Marta não for
candidata teremos prévias e
uma forte disputa interna. Kassab cresceu e nem Alckmin definiu se será candidato ou não".
(PAULO PEIXOTO, VALDO CRUZ, LEANDRO BEGUOCI E CATIA SEABRA)
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