São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

FHC e os grampos

O PSDB divulga hoje, dia em que Fernando Henrique Cardoso fará sua primeira aparição pública na campanha de Geraldo Alckmin à Prefeitura de São Paulo, uma entrevista de 15 minutos em que o ex-presidente discorre sobre temas como escutas e algemas.
Para FHC, é "um absurdo que haja 450 mil celulares grampeados sob o pretexto de que tem a Justiça por trás (...) Há momentos em que ficamos com a sensação de que não há controle sobre a polícia". A respeito das algemas, diz que, "não havendo perigo de fuga", sua utilização "é somente para desmoralizar". FHC avalia que "a Polícia Federal melhorou, está mais ativa", mas ressalva: "É preciso aumentar sua eficiência na prática e não no espetáculo".



Gotham. Quem assistiu ao novo "Batman" enxerga algo de Lucius Fox no presidente do STF, Gilmar Mendes, que propõe montar um sistema de informações sobre escutas centralizado no Conselho Nacional de Justiça. O personagem interpretado por Morgan Freeman opera um monitoramento total e irrestrito de ligações para que o homem-morcego localize o Coringa.

Linha na pipa. Depois do pedido de vista apresentado ontem, o governo pode esperar mais uma semana e só votar a indicação de Emília Ribeiro para a Anatel a partir do dia 27. A ordem é não correr riscos com quórum baixo.

De A a Z. Além de padrinhos no PMDB, PSDB e PT, Emília conta com a ajuda de Jorge e Paulo Bornhausen, próceres do DEM. Pai e filho fizeram périplo pelos gabinetes do Senado defendendo a aprovação da assessora para o conselho que, esperam todos, aprovará a fusão BrOi.

Reprise. Como o correligionário João Paulo Cunha quatro anos atrás, Arlindo Chinaglia (PT-SP) namora a idéia de uma emenda constitucional que permita sua reeleição à presidência da Câmara.

Veto. Na última hora, o DEM conseguiu retirar da pauta elaborada pelos líderes para votação durante o calendário eleitoral a PEC do trabalho escravo, que precisa apenas ser chancelada em segundo turno. Agora, a emenda dificilmente passará neste ano.

Caixa 1. Com R$ 800 mil, ACM Neto (DEM) foi o campeão de arrecadação na primeira prestação de contas feita pelos candidatos à Prefeitura de Salvador. Antonio Imbassahy (PSDB), embora tenha captado apenas R$ 88 mil, já gastou R$ 1 milhão, quase tudo no programa de TV. O neotucano afirma que é dinheiro do fundo partidário.

Caixa 2. Adversários de Luiz Marinho (PT) em São Bernardo do Campo apontam a exuberância de recursos da campanha do ex-ministro, que já arrecadou declarados R$ 412 mil -mais do que muito candidato graúdo nas capitais. A brincadeira é que os jantares promovidos pelo PT, com a participação do vice e cantor Frank Aguiar (PTB), estão cada vez mais caros.

Filha pródiga. Miriam Belchior, assessora especial de Lula que foi casada com o prefeito de Santo André Celso Daniel, morto em 2002, voltou à política local ontem, ao participar de evento da campanha de Vanderlei Siraque (PT) com empresários.

Quem? Fátima Bezerra (PT), que toma um baile de Micarla de Sousa (PV), candidata patrocinada pelo DEM em Natal, pediu socorro ao Planalto. Em resposta, mandaram-lhe como reforço de palanque o ministro Luiz Eduardo Barreto, sucessor de Marta Suplicy no Turismo.

Guerra santa. A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), enfrenta a oposição raivosa da Assembléia de Deus. Mesmo depois de a Justiça Eleitoral ter determinado o recolhimento de mais de 300 outdoors atacando a candidata à reeleição, a igreja diz que vai manter a panfletagem.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"O senador Sérgio Guerra procedeu como um bom presidente do PSDB: ficou em cima do muro."

Do líder do governo no Senado, ROMERO JUCÁ (PMDB-RR), sobre o colega tucano, que, em seu relatório sobre a indicação de Emília Ribeiro para o conselho da Anatel, fez uma série de críticas, mas não recomendou a rejeição do nome pelo plenário.

Contraponto

Grampo romântico

Durante o depoimento do juiz federal Fausto De Sanctis à CPI dos Grampos, anteontem, o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) perguntou se suas conversas teriam sido monitoradas caso houvesse telefonado para o petista Luiz Eduardo Greenhalgh, um dos investigados na Operação Satiagraha da Polícia Federal.
-Teriam acesso a todo o meu cadastro de ligações?
O plenário silenciou, Mattos fez um breve rodeio, até que não agüentou e foi direto ao ponto:
-Tudo? Até as ligações para minhas namoradas?
De Sanctis procurou acalmá-lo:
-Entendo a pergunta, mas esse foi um desabafo...


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