São Paulo, sexta, 14 de agosto de 1998

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TELEFÔNICAS
Companhias são criadas para concorrer com as de telefonia fixa
"Empresas espelho" irão a leilão a preço de referência

FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília

O edital de licitação das "empresas espelho", que será lançado pela Agência Nacional de Telecomunicações no próximo dia 3, conterá um preço de referência para cada uma das quatro autorizações que serão leiloadas.
As "espelhos" estão sendo criadas para competir com as empresas privadas de telefonia fixa. Elas serão autorizadas a atuar nas áreas de concessão das holdings Telesp Participações, Tele Centro Sul, Tele Norte Leste e Embratel.
O preço de referência é diferente do preço mínimo, que não será divulgado pela Anatel. O investidor que oferecer valor inferior ao preço de referência perderá pontos na disputa, explicou ontem o superintendente de Serviços Públicos da agência, Luiz Tito Cerasoli.
Ele lembrou que a Anatel está calculando um preço mínimo para as autorizações, mas não irá divulgá-lo. Ele será usado pela agência para desclassificar as propostas que estejam abaixo desse valor.
De acordo com as regras do leilão das "espelhos", a abrangência do atendimento dessas empresas terá um peso de 70% para a definição da proposta vencedora. O valor oferecido terá peso de 30%.
Audiência pública
O leilão está marcado para o próximo dia 3 de novembro, e os contratos deverão ser assinados até o final deste ano. A Anatel espera que as "espelhos" estejam funcionando no primeiro semestre de 1999.
A Anatel realizou ontem uma audiência pública para apresentar as diretrizes básicas da licitação das "espelhos". Compareceram à audiência cerca de 130 pessoas, representando empresas dos setores de telecomunicação, financeiro, elétrico e de construção.
O interesse do mercado na licitação das "espelhos" deixou satisfeito o presidente da Anatel, Renato Navarro Guerreiro.
"Esse interesse reflete o sucesso da privatização da Telebrás. O Brasil tem estabilidade política comprovada e estabilidade econômica testada. Além disso, as regras básicas para o setor de telecomunicação estão definidas, e existe demanda para investimentos."
Entre as empresas que compareceram à audiência da Anatel estavam a Globopar (das Organizações Globo), as operadoras MCI (EUA), Telecom Italia, France Telecom e Algar (Brasil), os bancos Unibanco, Safra, Opportunity e Citibank, as construtoras Andrade Gutierrez e Inepar e as distribuidoras de energia elétrica Escelsa, Eletropaulo e Eletronorte.
A Anatel explicou que os donos das "espelhos" poderão se associar às fornecedoras do setor elétrico e às operadoras de TV paga para utilizar a infra-estrutura dessas empresas e otimizar a oferta dos serviços de telefonia.
A agência também informou que a operação de pelo menos 500 mil terminais (fixos ou móveis) -pré-requisito para a participação no leilão- poderá ser comprovada conjuntamente pelas empresas que componham consórcio na disputa pelas "espelhos".



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