São Paulo, Terça-feira, 14 de Setembro de 1999
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Covas nega apoio a saída de tucano


do enviado especial ao Rio

O governador de São Paulo, Mário Covas, negou ontem que que tenha autorizado o prefeito de São Bernardo do Campo, Maurício Soares, a trocar o PSDB pelo PPS. Reportagem da Folha de anteontem reproduziu diálogo entre Covas e Soares: "Não tenho a mesma liberdade. Se tivesse, também sairia", teria afirmado o governador ao prefeito.
Ontem, o governador declarou que não disse a frase "de jeito nenhum". Segundo Covas, o prefeito o procurou para dizer que não sairia do PSDB se ele pedisse. "Eu disse a ele: essa é uma decisão que é sua, não me coloque esse problema", afirmou Covas.
"Não é o primeiro que me diz isso. Não é o primeiro que recebe a resposta. Isso é uma coisa muito pessoal", completou.
"Quando acabei de ouvir (um repórter) falar que tem uma pesquisa em que (FHC) está (com popularidade) pior do que o (governo) Sarney, seguramente não seria nesse instante que eu iria querer sair do partido. Essa razão já seria suficiente", disse o governador.

Fidelidade
Covas, que ontem participou no Rio da convenção da Associação Brasileira de Supermercados, lembrou que só precisou mudar de partido uma vez, quando saiu do PMDB para fundar o PSDB em 1988.
"Não preciso mais demonstrar lealdade partidária. Eu tenho história", declarou.
"Quando eu tenho discordância, eu falo dentro de meu partido. Acho que isso é meu dever. Se eu não trago para o presidente da República aquilo que eu ouço, eu não sou companheiro", afirmou o governador.
"Não me queixo de falta de espaço, até falo mais do que devia", completou. Segundo ele, a popularidade de FHC vai voltar.
Na avaliação de Covas, FHC não "comprou briga" com o Congresso ao criticar ontem a demora na aprovação das reformas ainda em tramitação (leia reportagem na pág. 1-6).
"O Congresso pode falar todo o dia que o presidente precisa fazer isso ou aquilo. O presidente não pode?", questionou o tucano.
Sobre a reação do presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) à fala do presidente, Covas minimizou a questão.
"Em tudo que se faz o problema é se atinge o senador ou não. Parece a palavra desenvolvimento isso, virou palavrão de repente", disse.


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