São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 2000 |
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PAINEL Plano A A intenção inicial dos sem-terra era invadir a fazenda do embaixador brasileiro em Roma, Paulo Tarso Flecha de Lima, também localizada em Minas. Desistiram depois de calcular que não haveria reação mais dura do Planalto, como o envio do Exército. Os invasores teriam menos poder de barganha. Anzol mineiro O MST faz o jogo de Itamar Franco ao ameaçar invadir a fazenda dos filhos de FHC. E o mineiro atiça porque aposta que o Planalto cai nas suas provocações. Se capitalizar uma parte da rejeição ao presidente, Itamar acha que faz bom negócio para 2002. Não importa que a mídia o veja como um quixote do caos. Outros quinhentos De um convidado para o churrasco que o casal Flecha de Lima ofereceu em sua fazenda para comemorar o início da colheita de algodão: "Se a invadissem, os sem-terra teriam de se ver com ACM e não com FHC". O baiano é grande amigo do casal. Lavanderia pefelista ACM e Jorge Bornhausen lavaram a roupa suja em jantar na casa do vice Marco Maciel, segunda à noite. O baiano jurou que sua conversa com Jaime Lerner (PR) não teve conotação política. Teriam tratado apenas da federalização da companhia elétrica do Paraná. Bornhausen, aparentemente, acreditou. Zelo técnico Até ontem a área técnica do governo resistia à inclusão de São Paulo no programa IDH-14, que destina investimentos às regiões mais pobres do país. Apesar da pressão de Covas. Briga interna A Fazenda e o Desenvolvimento Agrário estão em rota de colisão. Em razão dos empréstimos do Banco do Brasil às cooperativas do MST. O BB não faria auditorias dos financiamentos e estaria se valendo do fato para vender seguros e cobrar taxas indevidas dos sem-terra. Candidato útil Em meio a boatos de que Tuma desistiria da campanha, a cúpula do PFL reagiu e quer que ele vá até o fim na disputa paulistana, por mais que sua situação nas pesquisas venha a piorar. Ponto do PFL: não ajudar Maluf em detrimento de Alckmin. O Planalto soube e gostou. A espada e a cruz Discretamente, a cúpula pefelista torce para que Alckmin chegue ao segundo turno. A desistência de Tuma beneficiaria apenas Maluf. E o PFL teria de escolher entre ele e Marta. Xerifão Tuma gravou ontem uma mensagem de TV para tentar abafar boatos de que abandonaria a eleição: "Disseram que não seria candidato. Depois, que desistiria. Continuo firme." Bônus tucano Alckmin mudou sua estratégia na TV. Em vez de esconder seus vínculos com Covas e FHC, como fazia, está ressaltando a "importância" da eleição de um prefeito afinado com o governador e o presidente. Avalia que estava ficando apenas com o ônus de ser do partido do governo. Ato falho Frase de Maluf ontem, ao tratar das pesquisas feitas pela sua campanha: "Sempre falei mentira... Nunca falei mentira, sempre falei a verdade, mas vocês têm o direito de duvidar de mim". Horário gratuito De Heloísa Helena, líder do PT no Senado, sobre o governo lançar uma campanha publicitária regionalizada a menos de um mês das eleições: "É uma ofensiva para minimizar o impacto do desgaste da imagem de FHC nas candidaturas tucanas". Ruído na comunicação Artur Maia, candidato do PSDB em Salvador, colocou a seguinte mensagem no horário eleitoral depois que a imagem do seu programa foi ao ar na TV Bahia, de ACM, com problemas técnicos: "Atenção, se houver interferências, mude de canal". TIROTEIO De Ronaldo Cezar Coelho (PSDB), candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, sobre a gestão Luiz Paulo Conde: - A relação de Conde com a Prefeitura do Rio é igual à de Pitta com a paulistana. A diferença é que Pitta foi flagrado. CONTRAPONTO Falastrão, sim senhor Conhecido por sua oratória agressiva contra os adversários, o senador Roberto Requião (PMDB) aproximou-se recentemente do prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi (PFL), durante uma cerimônia na associação comercial, e lhe dirigiu a seguinte pergunta: - O senhor sabe cozinhar? Diante da surpresa do prefeito, Requião completou, carregado de ironia: - Vou mandá-lo para a penitenciária. O senhor poderia se encarregar da preparação da comida japonesa no presídio! Dias depois, numa roda de amigos, um deles comentou o episódio e perguntou se ele não havia jogado muito pesado na brincadeira com o prefeito. Rindo, o senador peemedebista respondeu: - Como todo mundo pensa que eu sou louco, simplesmente finjo que sou. E aproveito para falar tudo o que quero. Próximo Texto: Questão agrária: Itamar estuda desapropriar fazenda de filhos de FHC Índice |
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