São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 2000

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CASO TRT
Sócio da empresa é um dos acusados do desvio de R$ 169 mi; perícia calculou no mínimo R$ 31,5 mi para conclusão
Incal diz que termina obra com R$ 25 mi

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Fábio Monteiro de Barros Filho, sócio da construtora Incal, afirmou que terminaria a obra do Fórum Trabalhista de São Paulo se recebesse mais R$ 24,9 milhões.
O empresário disse que, se terminasse a obra, o valor final seria menor do que o que deve ser pago pela União, segundo perícia do Ibape (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia), algo entre R$ 31,5 milhões e R$ 38,5 milhões.
Segundo Monteiro de Barros, a Incal não é candidata a terminar a obra. Todo o patrimônio da empresa está bloqueado pela Justiça, já que empresário é acusado de ter participado do desvio de R$ 169 milhões da construção da obra do fórum.
Um dos supostos motivos para que o preço seja menor, conforme o empresário, é a quantidade de material que já teria sido comprada por sua construtora.
Por exemplo, elevadores e componentes do sistema de ar-condicionado estão estocados, alguns ainda no porto de Santos, declarou Monteiro de Barros.
Os fornecedores da construtora Incal afirmam que a empresa atrasou o pagamento dos produtos e, portanto, foram suspensas partes das entregas.
Monteiro de Barros alega que as verbas eram repassadas atrasadas, afetando na compra de materiais, feita por prestações.
O empresário também contesta o valor atual de uma eventual venda do prédio, que foi calculado pelo Ibape em R$ 57,6 milhões. Monteiro de Barros é favorável aos números do instituto que atestam que se o imóvel fosse terminado e adaptado para escritórios, o valor de venda poderia alcançar R$ 127 milhões.

Economia
O presidente nacional do Ibape, Hadegaz Nasser Júnior, afirmou ontem que a comissão que analisa o destino da obra do TRT não levou em consideração uma das propostas do instituto.
Segundo Nasser, o imóvel poderia ser terminado por grupos de investimento, como os fundos de pensão, que bancariam o restante da obra do fórum.
O escolhido receberia o dinheiro do aluguel do imóvel ao TRT, pagando os gastos anteriores com construção. Nasser afirma que dessa forma o Poder Executivo deixaria de ser o responsável pela obra. Atualmente, o TRT gasta R$ 3 milhões com o aluguel de salas para 79 varas trabalhistas.
A comissão é contra a idéia. "A União começou e deve que terminar. Se não parece que o país não tem condições de terminar uma obra", disse o ex-ministro da Justiça Oscar Dias Correia.


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