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PT SOB SUSPEITA
Promotoria apura agora suspeitas sobre contrato para reforma de fórum envolvendo empresa de Ronan Maria Pinto
Investigação em Santo André é reaberta
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Procuradoria Geral de Justiça
de São Paulo determinou a reabertura de uma investigação criminal para apurar novas irregularidades que envolvem a prefeitura
petista de Santo André.
Depois de propor, em menos de
três meses, cinco ações cíveis e
três penais, o Ministério Público
Estadual investiga desta vez um
contrato feito pela prefeitura para
reforma do Fórum de Santo André. As acusações incluem superfaturamento, contratação dirigida
e descumprimento de serviços.
Segundo a Promotoria, a Prefeitura de Santo André, por meio do
vereador Klinger Luiz de Oliveira
de Souza (PT), então secretário de
Serviços Municipais, abriu concorrência pública para definir a
empresa responsável pela reforma da fachada do fórum. Num
primeiro momento, o valor do
contrato era de R$ 140 mil.
Em seguida, a prefeitura determinou a ampliação dos serviços
de recuperação estrutural do prédio. Com isso, o valor contratual
pulou para R$ 480 mil.
A necessidade declarada pela
prefeitura foi descaracterizada
pela Promotoria em seu pedido
de reabertura do caso: "A estrutura do prédio público teria de estar
condenada para justificar procedimento daquelas proporções, fato que (...) não correspondia à
realidade".
No entanto, no lugar de fazer
uma nova concorrência pública, a
prefeitura firmou um acordo
emergencial (sem licitação pública) com a Projeção, empresa de
engenharia que ficou em terceiro
lugar na primeira disputa.
O Ministério Público apontou
um superfaturamento de 13,91%
no preço pago pelo Tesouro municipal à Projeção.
A empresa de engenharia foi denunciada em outras ações cíveis e
penais. Seu proprietário, o empresário Ronan Maria Pinto, é
apontado como um dos supostos
beneficiários de um esquema de
favorecimento montado dentro
da administração petista.
Dono de empresas de transporte urbano, de engenharia, de coleta de lixo e de manutenção de
aterro sanitário, Ronan mantinha
diversos contratos com o município de Santo André.
"Maquiagem"
Na primeira investigação, arquivada em 1998, o foco era restrito ao caráter formal da licitação e
ao possível envolvimento do prefeito assassinado Celso Daniel
(PT), morto em janeiro deste ano.
A Procuradoria entendeu, na
época, não existir indícios de
anormalidades.
Entre as novas provas apontadas pelos promotores criminais,
ao justificarem o pedido de reabertura do caso, está a falta de
execução dos serviços.
A empresa Projeção foi chamada para fazer a substituição integral dos brises -chapas de concreto que formam a fachada do
fórum. No entanto, segundo laudo de peritos do Caex (Centro de
Acompanhamento e Execução),
boa parte das chapas foi apenas
"maquiada".
"Presenciou-se que os brises (...)
eram restaurados no próprio Paço Municipal, em uma área isolada, onde os mesmos eram submetidos à limpeza mecânica, com
equipamentos (jato de areia e lixadeira)", segundo o Caex.
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