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CPI deve ouvir Gabrilli na próxima semana
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário Luiz Alberto Gabrilli Filho, sócio-majoritário da
Expresso Guarará -empresa de
transporte coletivo que, segundo
a Promotoria, foi supostamente
extorquida para financiar campanhas do PT- deverá depor na
próxima semana à CPI criada na
Câmara Municipal de Santo André para investigar o caso.
O médico do empresário, Emil
Sabbaga, enviou uma declaração
à CPI afirmando que Gabrilli Filho, que se recupera de um transplante de rim, poderá depor à comissão, mas "de preferência" em
sua casa ou escritório. Em agosto,
o médico havia enviado aos vereadores uma declaração desaconselhando o depoimento do
paciente aos vereadores.
Gabrilli Filho e sua filha Rosangela Gabrilli são duas das principais testemunhas de acusação do
Ministério Público da suposta rede de extorsão de empresários em
Santo André.
O empresário afirmou à Folha,
em entrevista publicada no dia 4
de julho, que lembrava com detalhes de uma reunião que disse ter
com outros representantes do setor de transporte coletivo e o então secretário de Serviços Municipais, Klinger Luiz de Oliveira Souza, em 1997.
Naquela reunião, de acordo
com ele, foi fixada a "tabela de
propina" cobrada dos empresários do setor: R$ 550 por veículo
para poder continuar operando
na cidade.
"Segundo o médico, por conta
da recuperação da cirurgia, seria
arriscado [o empresário] ir até a
Câmara. E pode não ser possível a
entrada da imprensa para acompanhar o depoimento, mas isso a
família decide no dia", afirmou o
presidente da comissão, vereador
Antonio Leite (PT).
Klinger e os empresários Ronan
Maria Pinto e Sérgio Gomes da
Silva, ao lado de outras três pessoas, são acusados pelo Ministério Público de chefiar um suposto
esquema de extorsão na cidade.
Em depoimentos à CPI, todos negaram as acusações.
Por unanimidade, a Câmara da
cidade aprovou anteontem a
prorrogação por mais 30 dias dos
trabalhos da comissão, criada no
final de junho. Baseados em decisões anteriores do STF (Supremo
Tribunal Federal), os parlamentares têm como estender os trabalhos até o final de 2004, conforme
a Folha já havia antecipado.
Com um prazo maior, a CPI poderá convocar outros depoimentos e promover novas acareações,
além de prosseguir na análise de
uma série de documentos.
Até agora, a comissão ouviu 21
pessoas, entre acusados e acusadores. A única acareação foi entre
Ronan Maria Pinto e Rosangela
Gabrilli. Rosangela acusou Ronan
de ser um dos receptores da propina. Ronan negou.
A CPI também poderá chamar
Rosangela para novo depoimento
na próxima semana. A dúvida dos
vereadores é o fato de a empresária ter afirmado durante a acareação que, mesmo depois de ter começado a pagar a suposta propina, pediu a ajuda de Ronan na indicação de advogados e contadores para sua empresa, a Expresso
Guarará.
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