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Marisa tenta contornar gafe de Alencar
FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Por intermédio de Marisa Lula
da Silva, mulher do candidato à
Presidência Luiz Inácio Lula da
Silva, o PT fez ontem a segunda
tentativa de diminuir o mal-estar
causado na comunidade judaica
pelas declarações do vice da coligação, José Alencar (PL), mas não
obteve grandes avanços.
Marisa visitou, em São Paulo, a
entidade beneficente judaica Unibes (União Brasileiro-Israelita do
Bem-Estar Social), onde entregou
uma carta de Lula dirigida à comunidade, na qual o petista deseja "os mais venturosos votos de
um bom ano 5.763" (referência ao
Ano Novo Judaico), exalta a "contribuição do povo judeu à civilização" e defende a "coexistência de
dois povos que querem construir
um Oriente Médio pacífico".
Numa entrevista ao jornalista
Boris Casoy, em março, Alencar
disse que a única saída para o conflito entre palestinos e judeus era
"Israel comprar um território em
alguma região". A declaração afetou negativamente a candidatura
de Lula na comunidade judaica
-que reúne alguns dos maiores
empresários do país. Na semana
passada, Lula visitou a Congregação Israelita Paulista, para tentar
consertar o estrago.
"Está complicado para a comunidade aceitar aquilo, mas temos
que ser abertos a todos os candidatos, pois estamos numa democracia", disse a presidente da Unibes, Dora Lucia Brenner.
A iniciativa da visita partiu do
PT, por intermédio da petista Clara Ant, ex-tesoureira de campanha de Lula e ex-administradora
regional da Sé, que integra a comunidade judaica paulistana.
Segundo a Folha apurou, a avaliação de Dora Brenner é compartilhada pela maior parte da comunidade, que considera irreversível
o dano causado por Alencar.
Uma exceção é o presidente do
Rabinato da Congregação Israelita Paulista, Henry Sobel, que, em
resposta a um pedido de desculpas feito pelo vice de Lula, declarou: "De minha parte deixo claro
que ele pode contar com o meu
reconhecimento".
Quem acompanhou Marisa foi
a secretária de Assistência Social
da cidade, Aldaíza Sposati, que foi
ao encontro num carro oficial. Aldaíza argumentou que a prefeitura tem convênios com a Unibes, o
que justificaria sua presença.
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