São Paulo, sábado, 14 de setembro de 2002

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RIO GRANDE DO SUL

Disputa está acirrada

Britto e Tarso duelam na TV e na Justiça

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

À medida que se inicia a reta final da campanha pelo governo gaúcho, a polarização entre Antônio Britto (PPS) e Tarso Genro (PT) vai ganhando ainda mais em agressividade, com trocas de acusações e ações judiciais requerendo que algum tema não seja abordado no programa eleitoral.
Em seu programa de ontem, Tarso apresentou cópia de um cheque pessoal mostrando que viagem sua para a Europa não foi paga em dinheiro para a empresa Pangea, do presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira, pivô da CPI que investigou ligações do PT com o jogo do bicho.
A coordenação da campanha petista entrou com ação na Justiça pedindo para não ser apresentado, no programa de Britto, o depoimento da agente de viagens Maria Angela Fachini, que acusa Tarso em uma subcomissão parlamentar de inquérito aberta para manter a investigação do caso.
Tarso acusa a realização da sessão no Legislativo e as imagens mostradas na TV como uma "montagem" eleitoral realizada com dinheiro público -da Assembléia Legislativa- apenas para atingir a campanha do PT.
O programa estava autorizado para ir ao ar normalmente, apenas substituindo essa cena por outra. Mesmo com a decisão judicial, o trecho foi apresentado, pois a notificação não chegou em tempo hábil às emissoras.
Outras decisões judiciais do gênero já haviam sido tomadas: o Tribunal Regional Eleitoral concedeu ao PPS no início da semana direito de resposta em razão de trecho do programa petista segundo o qual as privatizações de Britto teriam gerado desemprego.
Outra acusação de Britto a Tarso foi de que o petista, atuando como advogado, defendeu pensionistas contra o IPE (Instituto de Previdência do Estado). ""Ele vai defender o Rio Grande? Ou o escritório?", pergunta o PPS.
Tarso aborda questões referentes especialmente a três casos investigados pelo Ministério Público (federal e estadual) e que teriam vínculos com o governo na gestão de Antônio Britto (1995-1998): irregularidades nas empresas do ex-secretário de Minas, Energia e Comunicações Assis Roberto de Souza (responsável por privatizações de energética e de telefonia), suposto esquema de propinas entre 1996 e 1998 no Departamento de Desporto da Secretaria da Educação e a atuação do próprio Britto como consultor do Banco Opportunity, que administra a CRT Brasil Telecom.
As pesquisas eleitorais têm demonstrado equilíbrio de forças entre os dois candidatos. A último, realizada pelo instituto do jornal "Correio do Povo", mostra Tarso um ponto e meio à frente de Britto. As outras, anteriores, mostram Britto na frente, também sem apresentar uma vantagem expressiva sobre o adversário.



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