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OUTRO LADO
Para prefeitos, CGU não lhes dá "direito de defesa"
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Prefeitos de vários partidos
criticam a forma como a Controladoria Geral da União tem
conduzido as auditorias nos
municípios. A principal queixa
é de que o governo divulga as
irregularidades identificadas
pelos fiscais sem dar chance
aos prefeitos de se explicarem.
Em razão das críticas, a CGU
anunciou que o próximo relatório, sobre os 50 municípios
auditados em agosto, incluirá
as explicações dos prefeitos para os problemas apontados pela fiscalização.
O prefeito de Rio Preto da
Eva (AM), Luiz Adail Paz, sem
partido, compara a divulgação
do resultado da fiscalização feita no município, em maio, a
uma condenação sem direito
de defesa.
Ele diz que foi citado no "Jornal Nacional", da TV Globo,
como exemplo de farra com dinheiro público, porque estava
prevista a construção de 15 casas populares com recursos do
Ministério da Agricultura, e só
foram feitas três. ""Não explicaram que só foi liberada uma pequena parte do dinheiro", diz.
O prefeito de Independência,
no Rio Grande do Sul, Rudy
Cornelius (PMDB), também
discorda do relatório apresentado pela CGU, que fiscalizou o
município em julho. Os fiscais
consideraram fraude o fato de
uma empresa do prefeito ter
vencido a licitação relativa a
um convênio com a Funasa.
Ele diz que cancelou o contrato e fez nova licitação, após a
denúncia, e que o preço do
atual fornecedor é 70% maior
do que o que a empresa dele
praticava. Também alega que
sua empresa existe há 40 anos e
que estava legalmente habilitada a participar da licitação.
""Sou a favor de fiscalização,
mas com direito de defesa", ele
afirma.
O prefeito de Alvorada do
Gurguéia (PI), Luiz Martins
(PPS), faz coro ao prefeito gaúcho e declara que se sentiu
ofendido ao ter sua vida pessoal vasculhada. ""Investigaram
até se eu tinha amantes", queixou-se o prefeito, que enviou
carta à CGU autorizando a quebra de sigilo bancário e fiscal de
suas contas, após a divulgação
do relatório da auditoria.
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