|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Parada gay vira
saia justa para ex-prefeito
DO COLUNISTA DA FOLHA
Uma única pergunta deixou o candidato Paulo Maluf
(PP) contrafeito ao longo da
sabatina de ontem. O constrangimento surgiu quando
ele foi indagado se, na posição de prefeito, se disporia a
comparecer à já tradicional
parada gay, realizada anualmente em São Paulo. "Vou
dizer muito claro. Nunca
emiti parecer contra a preferência sexual de ninguém.
Tenho a minha, mas respeito a preferência dos outros."
À medida que Maluf ia
pontuando a sua resposta,
ouviam-se risos contidos
vindos da platéia. O auditório do Teatro Folha, com capacidade para cerca de 300
pessoas, estava repleto. A
presença de uma claque malufista era nítida e, por vezes,
barulhenta. Na primeira fila,
acomodaram-se os partidários mais graduados, como o
cantor Agnaldo Timóteo e o
vereador Erasmo Dias.
"O senhor vai ou não à parada?" Maluf fez uma pausa.
"Vou pensar", disse, finalmente. O riso disfarçado
converteu-se em gargalhada. Maluf se animou: "Sou
cristão. Estudei no Colégio
São Luiz, fui coroinha de
igreja, meu casamento foi
celebrado por um cardeal, d.
Carlos Carmelho de Vasconcelos. Não creio que a igreja
aprove certas distinções sexuais. Mas pessoalmente
não julgo ninguém".
"O senhor daria dinheiro
para a parada gay?" E Maluf:
"A gente tem que ter prioridades. Não tenha dúvidas de
que entre a parada e o fornecimento de remédios que
faltam na prateleira dos postos de saúde, eu ficarei com
os remédios".
(JS)
Texto Anterior: A roupa: Maluf assegura político vaidoso Próximo Texto: Neoaliados: Jantar com oposição acirra ânimos no Senado Índice
|