São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2004

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Parada gay vira saia justa para ex-prefeito

DO COLUNISTA DA FOLHA

Uma única pergunta deixou o candidato Paulo Maluf (PP) contrafeito ao longo da sabatina de ontem. O constrangimento surgiu quando ele foi indagado se, na posição de prefeito, se disporia a comparecer à já tradicional parada gay, realizada anualmente em São Paulo. "Vou dizer muito claro. Nunca emiti parecer contra a preferência sexual de ninguém. Tenho a minha, mas respeito a preferência dos outros."
À medida que Maluf ia pontuando a sua resposta, ouviam-se risos contidos vindos da platéia. O auditório do Teatro Folha, com capacidade para cerca de 300 pessoas, estava repleto. A presença de uma claque malufista era nítida e, por vezes, barulhenta. Na primeira fila, acomodaram-se os partidários mais graduados, como o cantor Agnaldo Timóteo e o vereador Erasmo Dias.
"O senhor vai ou não à parada?" Maluf fez uma pausa. "Vou pensar", disse, finalmente. O riso disfarçado converteu-se em gargalhada. Maluf se animou: "Sou cristão. Estudei no Colégio São Luiz, fui coroinha de igreja, meu casamento foi celebrado por um cardeal, d. Carlos Carmelho de Vasconcelos. Não creio que a igreja aprove certas distinções sexuais. Mas pessoalmente não julgo ninguém".
"O senhor daria dinheiro para a parada gay?" E Maluf: "A gente tem que ter prioridades. Não tenha dúvidas de que entre a parada e o fornecimento de remédios que faltam na prateleira dos postos de saúde, eu ficarei com os remédios". (JS)


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