São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2007

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Para Cristovam, renúncia seria "gesto positivo"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Vinte e três horas depois de escapar da cassação, Renan Calheiros sentou-se novamente na cadeira de presidente do Senado. Lá permaneceu por poucos minutos e, mesmo assim, foi obrigado a ouvir um pedido direto para que renunciasse ao cargo.
A cobrança foi feita por Cristovam Buarque (PDT-DF): "Seria um gesto extremamente positivo para o país caso o senhor voltasse a ser um senador como nós por meio da renúncia à presidência do Senado". Renan respondeu que "a democracia é bela porque permite momentos como esse".
Desde a noite de anteontem e durante o dia de ontem, Renan recebeu telefonemas, entre eles o do ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais), de ministros do PMDB, de governadores e de dirigentes partidários como Ricardo Berzoini (PT). O presidente do Senado também disparou telefonemas, muitos para líderes da oposição. O objetivo era tentar reatar relações.
Na noite após a votação, no entanto, recebeu em sua casa apenas dois políticos: o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) e seu irmão Renildo (PC do B-PE).
Renan desembarcou na entrada do Congresso por volta de 16h20 e seguiu para o plenário sem falar. Lá, conversou rapidamente com um grupo de jornalistas.
"De quem é a proposta [de renúncia], sua?", ironizou o peemedebista diante de uma das perguntas. Sobre a possibilidade de tirar licença, disse: "Não estou cansado".
Pouco antes de encerrar a conversa declarando que o "silêncio fala mais do que qualquer coisa", Renan afirmou que foi um dos seis que se abstiveram na votação.
Logo após deixar o plenário e seguir para o seu gabinete, Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino (DEM-RN), líderes das duas principais bancadas de oposição, também pediram a sua renúncia. (RB)


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