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Para Cristovam, renúncia seria "gesto positivo"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Vinte e três horas depois
de escapar da cassação, Renan Calheiros sentou-se novamente na cadeira de presidente do Senado. Lá permaneceu por poucos minutos e,
mesmo assim, foi obrigado a
ouvir um pedido direto para
que renunciasse ao cargo.
A cobrança foi feita por
Cristovam Buarque (PDT-DF): "Seria um gesto extremamente positivo para o
país caso o senhor voltasse a
ser um senador como nós
por meio da renúncia à presidência do Senado". Renan
respondeu que "a democracia é bela porque permite
momentos como esse".
Desde a noite de anteontem e durante o dia de ontem, Renan recebeu telefonemas, entre eles o do ministro Walfrido dos Mares Guia
(Relações Institucionais), de
ministros do PMDB, de governadores e de dirigentes
partidários como Ricardo
Berzoini (PT). O presidente
do Senado também disparou
telefonemas, muitos para líderes da oposição. O objetivo
era tentar reatar relações.
Na noite após a votação, no
entanto, recebeu em sua casa
apenas dois políticos: o senador Wellington Salgado
(PMDB-MG) e seu irmão Renildo (PC do B-PE).
Renan desembarcou na
entrada do Congresso por
volta de 16h20 e seguiu para
o plenário sem falar. Lá, conversou rapidamente com um
grupo de jornalistas.
"De quem é a proposta [de
renúncia], sua?", ironizou o
peemedebista diante de uma
das perguntas. Sobre a possibilidade de tirar licença, disse: "Não estou cansado".
Pouco antes de encerrar a
conversa declarando que o
"silêncio fala mais do que
qualquer coisa", Renan afirmou que foi um dos seis que
se abstiveram na votação.
Logo após deixar o plenário e seguir para o seu gabinete, Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino (DEM-RN), líderes das duas principais bancadas de oposição,
também pediram a sua renúncia.
(RB)
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