São Paulo, domingo, 14 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Ex-secretário e seu adjunto negam pressão pelo projeto

Chalita diz que cobrava agilidade na execução, mas nunca pediu nada irregular

Folha Imagem - 10.set.2006
O ex-secretário da Educação de São Paulo Gabriel Chalita

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-secretário estadual da Educação Gabriel Chalita e o ex-secretário adjunto da pasta Paulo Barbosa negaram ter pressionado os ex-diretores da FDE para que a implantação do projeto Canal do Saber fosse antecipada, ou orientado os dirigentes a realizar pagamentos a fornecedores de forma ilegal.
"As afirmações [de Milton Leme e André Romano] não têm o menor cabimento. Quase não ocorriam contatos meus ou do Paulo [Barbosa] com diretores da FDE. É uma secretaria muito grande, com muita gente responsável por muita coisa, para que a gente interfira na atuação de um profissional", declarou Chalita.
O ex-secretário afirmou que cobrava agilidade na execução das atividades da secretaria, mas que nunca pediu que a lei fosse deixada de lado. "Meu discurso como secretário sempre foi de que tudo "era para ontem", mas a pressa para que os projetos acontecessem nunca esteve ligada a eleições ou a pedir que alguém fizesse algo irregular. Jamais pedi para que alguém pagasse antes [contratos da secretaria]", disse Chalita.
O ex-secretário também negou ter tido uma ligação próxima a Leme quando foi titular da pasta. "Não sou citado no processo [ação de improbidade sobre o caso], não nomeei essa pessoa [Leme] e não demiti essa pessoa. Nem sou uma pessoa competente para escolher gente para cuidar da área tecnológica. Não tive nenhuma relação com ele nem antes nem depois", afirmou.
Chalita disse ainda que Leme e Romano são os que devem ser responsabilizados pelas eventuais irregularidades na execução do projeto Canal do Saber. Segundo o ex-secretário, "não se pode responsabilizar um secretário ou governador por aquilo que um funcionário faz. Cada pessoa responde por seu centro de custos".
O tucano disse que o projeto Canal do Saber não foi um dos mais importantes da gestão dele. "O projeto era interessante pela possibilidade de usar uma outra mídia em sala de aula, mas não foi um projeto de destaque na secretaria", afirmou.
O deputado estadual Paulo Barbosa também negou ter realizado qualquer tipo de pressão indevida sobre os diretores da FDE acusados de improbidade.
"Jamais dei qualquer tipo de orientação, sugestão para nenhum profissional da Secretaria de Estado da Educação que não estivesse bem amparada pela legalidade", disse Barbosa.
"Existia o acompanhamento de todos os projetos [da secretaria], dentro das limitações, pois são mais de 300 mil funcionários e centenas de ordenadores de despesas, que fazem licitação e contratam. É humanamente impossível acompanhar faturas e entregas de todos os contratos. Isso é uma tarefa que cabe a cada gestor de contratos. A acusação de pressão é absurda", afirmou o ex-secretário-adjunto da Educação.
Segundo a assessoria de campanha do ex-governador Geraldo Alckmin, as afirmações de Leme são "improcedentes".
Leme disse que não houve irregularidades nos adiantamentos do contrato. Disse ainda que, apesar de ter autorizado a aquisição de mais 1.375 antenas e receptores, o pagamento foi feito após a sua saída da secretaria. O aditamento no contrato poderia ter sido cancelado pela gestão que sucedeu Chalita caso houvesse o entendimento de que o acordo tinha alguma ilegalidade, disse Leme.


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