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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Ex-secretário e seu adjunto negam pressão pelo projeto
Chalita diz que cobrava agilidade na execução, mas nunca pediu nada irregular
Folha Imagem - 10.set.2006
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O ex-secretário da Educação de São Paulo Gabriel Chalita
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-secretário estadual da
Educação Gabriel Chalita e o
ex-secretário adjunto da pasta
Paulo Barbosa negaram ter
pressionado os ex-diretores da
FDE para que a implantação do
projeto Canal do Saber fosse
antecipada, ou orientado os dirigentes a realizar pagamentos
a fornecedores de forma ilegal.
"As afirmações [de Milton
Leme e André Romano] não
têm o menor cabimento. Quase
não ocorriam contatos meus ou
do Paulo [Barbosa] com diretores da FDE. É uma secretaria
muito grande, com muita gente
responsável por muita coisa,
para que a gente interfira na
atuação de um profissional",
declarou Chalita.
O ex-secretário afirmou que
cobrava agilidade na execução
das atividades da secretaria,
mas que nunca pediu que a lei
fosse deixada de lado. "Meu
discurso como secretário sempre foi de que tudo "era para ontem", mas a pressa para que os
projetos acontecessem nunca
esteve ligada a eleições ou a pedir que alguém fizesse algo irregular. Jamais pedi para que alguém pagasse antes [contratos
da secretaria]", disse Chalita.
O ex-secretário também negou ter tido uma ligação próxima a Leme quando foi titular da
pasta. "Não sou citado no processo [ação de improbidade sobre o caso], não nomeei essa
pessoa [Leme] e não demiti essa pessoa. Nem sou uma pessoa
competente para escolher gente para cuidar da área tecnológica. Não tive nenhuma relação
com ele nem antes nem depois", afirmou.
Chalita disse ainda que Leme
e Romano são os que devem ser
responsabilizados pelas eventuais irregularidades na execução do projeto Canal do Saber.
Segundo o ex-secretário, "não
se pode responsabilizar um secretário ou governador por
aquilo que um funcionário faz.
Cada pessoa responde por seu
centro de custos".
O tucano disse que o projeto
Canal do Saber não foi um dos
mais importantes da gestão dele. "O projeto era interessante
pela possibilidade de usar uma
outra mídia em sala de aula,
mas não foi um projeto de destaque na secretaria", afirmou.
O deputado estadual Paulo
Barbosa também negou ter realizado qualquer tipo de pressão
indevida sobre os diretores da
FDE acusados de improbidade.
"Jamais dei qualquer tipo de
orientação, sugestão para nenhum profissional da Secretaria de Estado da Educação que
não estivesse bem amparada
pela legalidade", disse Barbosa.
"Existia o acompanhamento
de todos os projetos [da secretaria], dentro das limitações,
pois são mais de 300 mil funcionários e centenas de ordenadores de despesas, que fazem licitação e contratam. É humanamente impossível acompanhar faturas e entregas de todos os contratos. Isso é uma tarefa que cabe a cada gestor de
contratos. A acusação de pressão é absurda", afirmou o ex-secretário-adjunto da Educação.
Segundo a assessoria de campanha do ex-governador Geraldo Alckmin, as afirmações de
Leme são "improcedentes".
Leme disse que não houve irregularidades nos adiantamentos do contrato. Disse ainda
que, apesar de ter autorizado a
aquisição de mais 1.375 antenas
e receptores, o pagamento foi
feito após a sua saída da secretaria. O aditamento no contrato poderia ter sido cancelado
pela gestão que sucedeu Chalita caso houvesse o entendimento de que o acordo tinha alguma ilegalidade, disse Leme.
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