São Paulo, segunda-feira, 14 de setembro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Braço de ferro

A tentativa do governo, Edison Lobão (Minas e Energia) à frente, de engordar o fundo social do pré-sal com dinheiro dos royalties pagos pelas empresas de mineração esbarrará numa trincheira de parlamentares que têm nesse ramo alguns dos seus principais financiadores de campanha.
Para entrar em vigor, a proposta precisaria do aval do Congresso em ano pré-eleitoral. No caso das gigantes do setor, a Vale é tradicionalmente uma das que mais injetam dinheiro em campanhas, de forma pulverizada e pluripartidária. Em 2006, suas subsidiárias contribuíram com 51 deputados e três senadores eleitos, num total de R$ 6,8 milhões em doações.



Ironman. Outro opositor da ideia de sobretaxar a mineração é Eike Batista, próximo de José Sarney (PMDB-AP) e doador das últimas campanhas de Lula, dos governadores André Puccinelli (PMDB-MS) e Waldez Góes (PDT-AP) e dos senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Cristovam Buarque (PDT-DF).

Fui ali. Empolgado com a primeira visita de Lula a Roraima, o relator da CPI da Petrobras, Romero Jucá (PMDB), planejou uma extensa agenda local de compromissos que começa hoje, com o presidente, e se estende até quarta. E a CPI? Só volta a funcionar dia 22, avisa.

Dupla dinâmica. Na estreia em Roraima, Lula estará acompanhado de Dilma Rousseff. Os dois assinam obras viárias e convênios do programa Minha Casa, Minha Vida. A pré-candidata deve ir ao Paraná ainda este mês.

Barra limpa. Antes de confirmada a ida de Lula, um grupo de ex-sindicalistas que atua na Secretaria Geral da Presidência esteve em Boa Vista para uma visita precursora, a fim de verificar a intensidade dos protestos prometidos pelos arrozeiros.

Parada técnica. Lula passaria mais de 15 dias seguidos fora do Brasil, pois emendaria a viagem a Isla Margarita, nos dias 26 e 27, e o giro por Bélgica, Suécia e Dinamarca. Mas para não ter de pedir autorização do Congresso, fará uma escala no Brasil dia 28.

Veredicto. Expira depois de amanhã o prazo em que o PSB prometeu anunciar se Ciro Gomes muda ou não o domicílio eleitoral para São Paulo. A tendência é que ele atenda a um apelo do partido e transfira o título, mediante uma reafirmação de que a prioridade é a candidatura presidencial.

Juntas. Informações do comando da pré-campanha de Dilma Rousseff dão conta de que Heloisa Helena (PSOL) decidiu mesmo disputar o Senado e está a um passo de apoiar Marina Silva (PV).

Cavalo selado. A desistência de Marina de tentar a reeleição ao Senado pelo Acre fez com que o governador Binho Marques, que sairia de cena no ano que vem para dar lugar aos irmãos Viana, se animasse a disputar a cadeira da amiga.

Redivivo. Quem também quer tentar o Senado pelo Acre é o ex-deputado Ronivon Santiago (PP), que renunciou ao mandato em 1998 após confessar ter recebido R$ 200 mil para votar a emenda da reeleição e, depois, foi cassado em 2005.

Lotação. Não bastasse a disputa entre o governador Sérgio Cabral e Lindberg Farias (PT), o PDT mostrou a Lula pesquisas em que o apresentador Wagner Montes aparece bem para o governo. O partido quer se cacifar caso azede de vez a relação entre Cabral e Lula por conta do pré-sal.

Estranho no ninho. O deputado tucano Gustavo Fruet decidiu brigar dentro do PSDB para ser candidato ao Senado pelo Paraná. A decisão desagradou ao prefeito de Curitiba, Beto Richa, mais provável candidato ao governo, que prefere usar a vaga para compor alianças.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

Toda medida que o governo anuncia a oposição classifica como eleitoreira. Se temos eleições a cada dois anos, ou o ano é eleitoral ou é pré-eleitoral. O governo deve então ficar paralisado?


De HENRIQUE FONTANA (PT-RS), líder do governo na Câmara, sobre as críticas feitas por PSDB, DEM e PPS ao lançamento dos projetos do novo marco regulatório do pré-sal.

Contraponto

Questão de estirpe

Em encontro recente com lideranças do ABC paulista, Lula percebeu, ao iniciar seu discurso, o quão extensa era a lista de autoridades presentes que teria de citar ao microfone. Começou pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, continuou com o senador Aloizio Mercadante e por fim enveredou pelo rol de prefeitos.
De repente, o presidente interrompeu a leitura e pronunciou pausadamente o nome do prefeito de Rio Grande da Serra: Adler Alfredo Jardim Teixeira.
E comentou, levando a plateia ao riso:
-Se eu tivesse um nome bonito assim, seria três vezes presidente! Mas me colocaram o nome de Luiz Inácio, pô!


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