São Paulo, sábado, 14 de outubro de 2000

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PAINEL

Elite volúvel
Mário Amato diz que votará em Marta se houver risco de Maluf vencer, mas no dia 3, apenas 48 horas depois do primeiro turno, enviou a seguinte carta a Cunha Bueno: "Parabenizamos V. Excia. por ter passado ao segundo turno como vice na chapa do Dr. Paulo Maluf. Fazemos votos de continuado sucesso em sua carreira política. Shalom".

Ricos entre si
Mário Amato enviou a carta de congratulação a Cunha Bueno na condição de presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, da qual o vice de Maluf é conselheiro. O vice da entidade, Nelson Grunebaum, também assina o documento.

Casaca virada
Ex-presidente da Fiesp, Amato ficou célebre ao dizer que 800 mil empresários deixariam o país se Lula derrotasse Collor. Era um dos nomes com que Maluf esperava contar agora. O pepebista só atacou o "acordo espúrio" da CUT e da Fiesp em torno de Marta após ter certeza de que havia perdido ex-aliados.

Agora só falta você
Depois que Marta recebeu apoio de todo o mundo, do tucanato a Quércia, de Campos Machado a Zé Índio, a piada da vez entre a intelligentsia petista é a seguinte: será que Francisco Weffort, ex-secretário-geral do PT e atual ministro da Cultura, ficará neutro em São Paulo?

Vale de lágrimas
A cena na qual Maluf apareceu chorando ontem ao falar em seu programa eleitoral foi gravada três vezes. Nas duas outras versões, filmadas depois daquela que acabou indo ao ar, o pepebista não chegava às lágrimas.

Sentimental eu sou
Inicialmente, Maluf e sua equipe avaliaram que a primeira gravação, com a imagem do candidato chorando, poderia soar demagógica. Confrontando as três versões, no entanto, concluíram que o impacto político da cena seria muito maior.


Clima de guerra
O secretário de Defesa dos EUA, William Cohen, cancelou a visita que faria a Brasília na próxima segunda-feira por causa do conflito no Oriente Médio. Se a crise não arrefecer, Cohen cancelará também sua participação na 4ª Conferência Ministerial de Defesa, em Manaus (AM), na próxima semana.
Chá de cadeira
Duramente criticado por Ciro Gomes no primeiro turno, Inácio Arruda (PC do B) telefonou para o presidenciável do PPS pedindo apoio contra o prefeito Juraci Magalhães (PMDB). Pela secretária, Ciro mandou avisar que só conversa depois da volta de Patrícia Gomes dos EUA.
Mantendo a forma
Geraldo Alckmin perdeu a eleição, mas continua em clima de campanha. Ontem, o vice de Covas participou da entrega de carros para a Polícia Militar em Cruzeiro, no interior de São Paulo. "Afinal, 2002 está logo aí", diz um aliado do tucano.
Baixa na campanha
Francisco Macena, tesoureiro da campanha de Marta e membro da Executiva Municipal do PT, fraturou o fêmur ontem, ao cair da escada no comitê.
Mistério popular
O PFL do Paraná está desorientado. Pesquisas qualitativas da sigla revelam que o curitibano está satisfeito com a cidade em que vive e considera Taniguchi um bom prefeito, mas quer votar em Ângelo Vanhoni (PT).
Visitas à Folha
Joseph Couri, presidente do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Guilherme Villares, diretor-executivo de Soluções de Redes e Circuitos da Aerotech Telecomunicações Ltda.   Maristela Mafei, sócia-diretora da Máquina da Notícia, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

De Ricardo Berzoini, presidente do PT paulistano, sobre Maluf usar na campanha o slogan "São Paulo não pode parar", uma variante do "Não deixe São Paulo parar", usado por Pitta em 96:
- É a segunda vez que ele vem com esse slogan enganador. O resultado foi máfia da propina e Pitta. Não cola mais.

CONTRAPONTO

Voto fora da gaiola

A reeleição de Roberto Magalhães no primeiro turno, em Recife, sempre foi considerada uma barbada pelo PFL.
O candidato nunca teve menos de 50% nas pesquisas, mas não confirmou o desempenho na eleição. Magalhães tropeçou nas próprias pernas, segundo admitem seus aliados.
O pefelista simplesmente não se sente à vontade no meio do povão. Na reta final da campanha, por exemplo, durante uma carreata, reagiu a gestos hostis de manifestantes dando-lhes uma banana com os braços.
Reações assim deram a Magalhães a fama de turrão. Recentemente, um eleitor o procurou e lhe deu um passarinho.
Colecionador fanático, ele ficou encantado. O eleitor então aproveitou para dizer que precisava tratar de um assunto com o prefeito. O pefelista não hesitou:
- Então pode ir embora e leve esse passarinho de volta!



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