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GEOGRAFIA DO VOTO
Partidos governistas são "campeões" de voto na maior parte do país,
mas a votação do bloco cai em cinco Estados em comparação com a eleição municipal de 1996
Aliados de FHC ganham em 19 Estados
RALPH MACHADO
EDITOR-ASSISTENTE DE BRASIL
PSDB, PMDB e PFL, os principais partidos aliados ao governo
federal, foram os "campeões" de
votos absolutos para prefeito em
19 dos 26 Estados brasileiros, de
acordo com os dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O PSDB venceu em oito Estados, a metade na área centro-norte do país. O PMDB liderou os votos em seis Estados, e o PFL em
cinco (quatro deles no Nordeste).
Dos partidos de oposição ao governo federal, o PT foi o "campeão" de votos no Acre, em São
Paulo e no Rio Grande do Sul. O
PSB liderou em Alagoas e no
Amapá. O PDT, no Rio.
Além desses, apenas o PL se
destaca, sendo o "campeão" de
votos no Amazonas. Esse resultado, porém, é reflexo da candidatura do prefeito de Manaus, Alfredo Nascimento (PL), à reeleição.
Os votos que ele obteve na capital equivalem, sozinhos, a um
quinto (20,0%) de todos os eleitores inscritos no Estado. Nascimento disputará o segundo turno
contra Eduardo Braga (PPS).
Variações
Um levantamento da Folha a
partir da votação obtida pelos
partidos neste ano e nas eleições
municipais para prefeito em 1996
indica, porém, que os partidos governistas, juntos, saíram perdendo em cinco Estados.
A maior queda do bloco formado por PSDB, PMDB, PFL, PPB e
PTB aconteceu no Amazonas, onde a votação desses cinco partidos
caiu 43,1% no período.
A segunda maior queda aconteceu em São Paulo (14,5%). Depois
vêm Sergipe, Ceará e Mato Grosso
do Sul, onde houve queda, respectivamente, de 6,6%, 5,6% e 3,9%.
Nos demais Estados, os governistas aumentaram sua votação
em todos, com destaque para o
Maranhão (alta de 86,5%).
Os principais partidos de oposição (PT, PDT, PSB, PPS e PC do
B), por sua vez, perderam votos
em três Estados, novamente considerando as eleições municipais
de 1996 e de 2000.
Na Paraíba, houve a maior redução no período, de 31,7%; no
Paraná, a queda foi de 20,2%; em
Pernambuco, de 4,4%.
Nos demais Estados, a oposição
aumentou sua votação, com destaque para Tocantins, onde teve
um crescimento de 256,5%.
Esse resultado está associado
aos votos obtidos por Raul Filho
(PPS), candidato derrotado em
Palmas, capital do Estado, pela
pefelista Nilmar Ruiz.
Dos 57.141 votos obtidos pela
oposição no Estado, 29.571
(51,8%) foram conquistados pelo
candidato do PPS.
Em outros quatro Estados (Maranhão, Alagoas, Goiás e Roraima), a oposição mais do que dobrou sua votação em 2000 em relação a 1996.
Apesar da ampliação da votação
da oposição em Tocantins, Goiás
e Maranhão, esses Estados, com
Bahia e Piauí, continuam formando um "polígono governista".
Nessa área, a oposição continua
tendo uma baixa participação nos
votos totais em relação ao eleitorado de cada Estado (leia metodologia em texto nesta página).
No "polígono governista", os
votos da oposição não chegam a
representar 15,0% do eleitorado.
Outros partidos
Os demais partidos tiveram sua
votação reduzida em 13 dos 26 Estados. As maiores quedas ocorreram em Mato Grosso (75,6%) e
em Sergipe (71,3%). No entanto,
esses partidos conseguiram aumentar sua participação na área
mais ao norte do país.
No Amazonas, ainda como reflexo da candidatura de Alfredo
Nascimento (PL) em Manaus, os
outros partidos aumentaram sua
votação em 409,3%.
No Pará e em Pernambuco, esse
bloco de "independentes" dobrou
seus votos. No Pará, esse crescimento está associado à candidatura de Duciomar Costa (PSD),
que disputa o segundo turno com
o petista Edmilson Rodrigues.
Duciomar obteve 188.234 votos
no primeiro turno, o equivalente
a 58,5% dos votos obtidos pelos
"não-alinhados" no Estado.
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