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Presidenciáveis disputam Zona Franca de Manaus com promessas de investimento
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo
Alckmin (PSDB) disputaram
ontem espaço em emissoras de
rádio do Amazonas e tentaram
ganhar o eleitorado local com
promessas de investimento na
Zona Franca de Manaus. Aliados de Lula no Estado divulgam
a versão de que Alckmin é inimigo da Zona Franca, utilizando trechos de um discurso feito
por ele em 1992, quando era deputado federal.
Em entrevista concedida pela manhã no Palácio da Alvorada a emissoras de rádios da região Norte, Lula disse que a Zona Franca "definhou" nos governos de Fernando Collor
(90-92) e FHC (95-02).
"Nós saímos de 80 mil trabalhadores para 50 mil trabalhadores, e hoje, graças ao nosso
bom Deus, já temos 102 mil trabalhadores na região", afirmou
o presidente Lula.
Lula também acusou Alckmin de ter adotado medidas
que incentivaram a guerra fiscal entre os Estados. Como
exemplo, o petista citou o incentivo do governo de São Paulo para levar empresas do Amazonas a São Paulo.
"O meu adversário, quando
era governador de São Paulo,
sobretaxou o celular de São
Paulo, de Manaus em São Paulo, para fazer com que as empresas saíssem de Manaus para
ir para São Paulo. Essa competição desigual não pode acontecer senão a gente leva a uma divisão do Brasil como um todo",
declarou Lula.
Menos de uma hora depois
do término da entrevista do
presidente, Alckmin deu uma
entrevista à rádio CBN de Manaus. "Os nossos adversários
acabaram passando boatos de
que nós somos contra a Zona
Franca de Manaus, o que não é
verdade", afirmou Alckmin.
"Fui constituinte [como deputado federal] e a Constituição brasileira consagrou o modelo da Zona Franca de Manaus, que é um modelo de sucesso e bem sucedido. E foi
também através de um acordo,
por ocasião da reforma tributária, que foi prorrogada a Zona
Franca até o ano de 2023. Então nós vamos dar todo o apoio
ao parque industrial de Manaus e a minha proposta é liberar os recursos contigenciados
da Suframa [autarquia federal
que concede os incentivos] para infra-estrutura e logística,
para dar maior competitividade para Manaus."
Nos últimos dias, a campanha tucana à Presidência distribuiu 180 mil panfletos no
Amazonas informando que
Alckmin não tem planos de
desmontar a Zona Franca.
Segundo os tucanos, "boatos
mentirosos", como o desmonte
da Zona Franca, a privatização
de estatais e o fim de concursos
públicos no Distrito Federal e
do programa Bolsa Família, fazem parte de uma estratégia
petista de criar uma "atmosfera
de medo" no eleitorado.
A entrevista de Alckmin à
CBN de Manaus foi intermediada pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) e transmitida
também para a cidade de Parintins. Alckmin estava em Pernambuco quando falou para o
âncora da emissora, Ronaldo
Tiradentes. Ele é ex-secretário
de Comunicação do ex-governador Amazonino Mendes
(PFL), que não apoiou o tucano
no primeiro turno.
A entrevista de Alckmin durou 13 minutos e depois foi colocada no ar outras duas vezes,
provocando reação da coordenação da campanha de Lula no
Amazonas. "Pedimos o mesmo
espaço para o presidente Lula",
disse César Wanderley, assessor de imprensa do PT.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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