|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Amigos de Renan fazem operação para salvar seu mandato
Presidente licenciado do Senado decide liderar movimento para reconquistar o apoio político dos antigos aliados da Casa
Peemedebista vai dizer que errou durante a crise, mas que não há elementos suficientes para a cassação e pedirá uma pena mais leve
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
SUCURSAL DE BRASÍLIA
Convencidos de que o presidente licenciado do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL),
não terá condições de retornar
para o comando da Casa, integrantes da sua tropa de choque
vão concentrar as atenções para tentar salvar o mandato do
peemedebista. A idéia é sugerir
penas mais brandas do que a
eventual cassação de mandato.
O próprio Renan decidiu liderar o movimento que pretende reconquistar os colegas, que
no passado o apoiaram nas
duas eleições que o levaram a
presidir a Casa.
Renan vai dizer que errou em
várias ocasiões nos 139 dias de
crise, mas que não há elementos suficientes para a cassação.
O argumento dele é que cassar
o mandato é uma pena rígida
demais e que acabaria por punir o Estado de Alagoas, além
de deixá-lo longe da vida política até janeiro de 2019 -quando
terá 63 anos.
"Ele [Renan] sabe que precisa trabalhar e reconquistar as
pessoas. Ele errou muito, tem
de voltar a ser o Renan de sempre: um líder e um articulador
hábil", afirmou o senador Wellington Salgado (PMDB-MG),
que conversa diariamente com
Renan. "Mas acho difícil ele
[Renan] voltar para a presidência [do Senado]."
Porém, para o PMDB o cargo
de Renan não está vago. "Há
muita especulação em torno
disso tudo. É muito ruim. O
cargo não está aberto e pertence ao PMDB", disse o líder do
partido no Senado, Valdir
Raupp (RO).
O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), sinalizou que não há garantias de
que o comando da Casa tenha
de ficar com o PMDB e que as
negociações dependem de futuras composições políticas.
Com isso, ele deixa em aberto
a possibilidade de o PT vir a
presidir de forma titular o Senado. "O cargo de presidente
do Senado deve ser a expressão
da maioria reunida como partido ou numa aliança", disse
Vianna, segundo o jornal "O
Globo" de ontem.
Paralelamente a tropa de
choque de Renan defenderá
que aliados, como o PT, não assumam a bandeira da oposição
de "Fora Renan" porque isso
atingiria o governo. "O PT não
entendeu que o jogo [da oposição] é para ferir o Lula. O governo está indo bem, mas com a
crise no Senado isso não aparece", disse Salgado.
"Existe uma preocupação de
discutir só o processo de Renan
Calheiros porque ele representa o poder e o governo dentro
do Senado. Se Renan fosse da
oposição, não tinha problema
algum", disse o senador Almeida Lima (PMDB-SE), relator da
quarta representação contra
Renan que investiga suposta
participação no esquema de
desvio de ministérios.
Aliados do peemedebista foram incumbidos de buscar reverter na imprensa regional a
imagem negativa de Renan.
Confiantes de que os senadores
votarão de acordo com a pressão de seu eleitorado. A ordem
é evitar confrontos e partir para os elogios.
"A escolha do senador Jefferson Péres [PDT-AM] é excelente. Ele é isento e imparcial, embora tenha a fama de ser muito
duro. Mas ele é correto e neutro", afirmou Raupp. Péres é relator de outra representação
contra Renan.
Texto Anterior: Lula admite disputar novo mandato, mas só em 2014 Próximo Texto: Frase Índice
|