São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 2008

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entrevista

Tática usada está "incorreta", diz Erundina

DA REPORTAGEM LOCAL

Solteira e sem filhos, a ex-prefeita e ex-petista Luiza Erundina (PSB) condena a exploração da vida pessoal em campanha. A abordagem, diz, é "incorreta" e "não contribui para o debate".

 

FOLHA - O que a senhora achou da propaganda de Marta?
LUIZA ERUNDINA
- Não acho correto. A vida pessoal não interfere no exercício da função pública. Não se deve interferir na vida das pessoas. O que não diz respeito à vida pública deve ser preservado.

FOLHA - Foi um erro?
ERUNDINA
- Quero dizer que acho incorreto entrar nesse tipo de polêmica. Que não interessa à opinião pública. O que altera na escolha de alguém para exercer um mandato público o fato de ser casada ou não, ter filho ou não? É questão de opção pessoal.

FOLHA - É preconceituoso?
ERUNDINA
- A candidata foi vítima de preconceito. Não se pode reforçar o preconceito. Não se pode reforçar o que há de mais atrasado numa sociedade machista: o preconceito, seja de que natureza for. Fui vítima de muito preconceito. Em vez de ficar magoada e ferida, transformei isso em mais uma bandeira de luta. A sociedade só será mais justa, mais civilizada, se romperem com os preconceitos. Isso é uma bandeira permanente. A eleição é um momento privilegiado, mais uma oportunidade para que se possa avançar nesses aspectos da cultura.

FOLHA - Essa oportunidade está sendo desperdiçada?
ERUNDINA
- Ainda há outros debates. Outras campanhas. Essa questão não contribui para um diálogo que deve se fazer em torno de idéias, propostas, compromissos éticos e políticos. Lamentavelmente, é o que o debate não está suprindo. Há vazio de discussões em torno de propostas. O debate precisa se qualificar do ponto de vista político e de proposta.


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