Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
entrevista
Tática usada está "incorreta", diz Erundina
DA REPORTAGEM LOCAL
Solteira e sem filhos, a ex-prefeita e ex-petista Luiza
Erundina (PSB) condena a
exploração da vida pessoal
em campanha. A abordagem,
diz, é "incorreta" e "não contribui para o debate".
FOLHA - O que a senhora achou
da propaganda de Marta?
LUIZA ERUNDINA - Não acho
correto. A vida pessoal não
interfere no exercício da função pública. Não se deve interferir na vida das pessoas.
O que não diz respeito à vida
pública deve ser preservado.
FOLHA - Foi um erro?
ERUNDINA - Quero dizer que
acho incorreto entrar nesse
tipo de polêmica. Que não interessa à opinião pública. O
que altera na escolha de alguém para exercer um mandato público o fato de ser casada ou não, ter filho ou não?
É questão de opção pessoal.
FOLHA - É preconceituoso?
ERUNDINA - A candidata foi
vítima de preconceito. Não
se pode reforçar o preconceito. Não se pode reforçar o
que há de mais atrasado numa sociedade machista: o
preconceito, seja de que natureza for. Fui vítima de
muito preconceito. Em vez
de ficar magoada e ferida,
transformei isso em mais
uma bandeira de luta.
A sociedade só será mais
justa, mais civilizada, se romperem com os preconceitos.
Isso é uma bandeira permanente. A eleição é um momento privilegiado, mais
uma oportunidade para que
se possa avançar nesses aspectos da cultura.
FOLHA - Essa oportunidade está
sendo desperdiçada?
ERUNDINA - Ainda há outros
debates. Outras campanhas.
Essa questão não contribui
para um diálogo que deve se
fazer em torno de idéias, propostas, compromissos éticos
e políticos. Lamentavelmente, é o que o debate não está
suprindo. Há vazio de discussões em torno de propostas. O debate precisa se qualificar do ponto de vista político e de proposta.
Texto Anterior: Para o PT, peça de TV sobre Kassab cumpriu objetivo Próximo Texto: Eu voto em Índice
|