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Visita é "provocação barata", diz religioso
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Entidades que se opõem à
transposição das águas do rio
São Francisco consideram uma
"provocação" a passagem do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, hoje, pelo município de
Barra (BA), onde vive o bispo
dom Luiz Flávio Cappio, protagonista de duas greves de fome
em protesto contra a obra, em
2005 e 2007.
"É uma provocação barata",
disse o frei carmelita Gilvander
Luís Moreira, da Articulação
Popular de Defesa do Rio São
Francisco, entidade que reúne
cerca de 700 organizações e
movimentos contrários à
transposição. "Quem dedica há
anos sua vida aos ribeirinhos é
dom Cappio, não Lula", disse.
Em Barra, Lula visitará obras
de revitalização do rio São
Francisco. Cappio e o presidente, porém, não deverão se encontrar. O religioso participa
há uma semana de encontro
com lideranças católicas da região em Barreiras (BA) e só deverá retornar à cidade no dia 18.
Mesmo sem a presença do
bispo, o frei não descarta a possibilidade de haver protestos
durante a visita presidencial.
Para ele, "quanto mais a obra
avançar, mais sertanejos serão
prejudicados e se unirão contra
ela". "O próprio andamento da
obra irá inviabilizá-la", disse.
No campo jurídico, afirmou o
frei, a esperança de paralisar
novamente os trabalhos está na
mobilização dos índios da região, que questionam a passagem dos canais por supostos
territórios indígenas.
Além da revitalização do rio,
os grupos contrários à transposição querem que o governo federal utilize os recursos do projeto na construção de pequenas
obras hídricas no semiárido.
Entre os diversos protestos
realizados, os mais radicais foram os de Cappio, que permaneceu em jejum por 10 dias em
2005 e por 23 dias em 2007.
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